Policia

Ex-prefeito de Antônio Dias paga fiança de R$ 60 mil e é liberado

Tenório negou as acusações e pede que a PC continue investigando o caso
F5 Notícias

 

ANTÔNIO DIAS – Após o pagamento da fiança de R$ 60 mil, a Justiça concedeu liberdade ao ex-prefeito de Antônio Dias Tenório Rosa de Araújo, 46 anos. Ele foi preso na última quinta-feira (3), acusado de receptação e solto na tarde de segunda-feira (7). O ex-prefeito ficou quatro dias preso no Ceresp de Coronel Fabriciano. O preço pela liberdade de Tenório foi quitado por amigos dele de Antônio Dias. Agora, o ex-prefeito vai responder ao inquérito em liberdade.
A prisão de Tenório ocorreu em meio a uma investigação da Polícia Civil sobre um roubo recente em uma prestadora de serviços da Copasa. Quatro homens chegaram ao pátio da empresa e após renderem o vigilante levaram motores, bombas, marteletes hidráulicos, betoneiras, cabos de cobre, sacos de cimento entre outros.
Na ocasião da prisão de Tenório, a polícia encontrou em uma antiga propriedade do ex-prefeito que fica às margens da BR-381 em Antônio Dias todo material roubado, além de um veículo, que segundo a polícia é usado em crimes de roubo na região. Há cerca de um ano o lote pertence ao Departamento de Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

INOCÊNCIA

Em coletiva à imprensa na manhã desta terça-feira (8), Tenório estava acompanhado de dois advogados, Vinicius Xingó e Thiago Xavier. O ex-prefeito contou que há mais de um ano não vai ao local onde os produtos foram encontrados, já que o terreno não lhe pertence mais.
Questionado porque na ocasião da prisão, ele não teria informado à polícia sobre a verdadeira propriedade do lote, Tenório disse que os policiais o ignoraram. “No dia que fui preso, eu disse para o delegado que a propriedade era do Dnit, mas ninguém me deu atenção. Eu acredito que alguém usou de má fé, arrebentou o portão, entrou e colocou esses produtos”, disse.
Outros questionamentos foram feitos pelos jornalistas com base no inquérito policial. De acordo com as apurações, no local havia indícios de uso, já que o portão possui um cadeado novo, caixa d`água em boa conservação, muro e um imóvel.
Tenório admitiu ter a chave do cadeado para evitar que andarilhos entrem no terreno e ainda na expectativa de que o Dnit pague pelos valores investidos no terreno. “Coloquei o cadeado lá, porque uma parte do portão caiu. Eu esperava que o Dnit me pagasse pelo que tem lá, como a caixa d`água, a construção do muro, um barraco de dois cômodos”, ressaltou o ex-prefeito.
Para Tenório, quem colocou os materiais no local usou uma parte do portão que estava amarrada. “Espero que a polícia civil continue com as investigações Eu quero saber quem colocou este material lá. Jamais eu ia montar quadrilha”, finalizou.

DOCUMENTOS

Um dos argumentos que colaborou para a soltura de Tenório foram os documentos apresentados pela defesa que comprovam que o terreno de 66,82 m², pertence do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Uma audiência de conciliação, realizada em dezembro do ano passado na Justiça Federal, deu ao Dnit plenos poderes de reintegração de posse.
Para o advogado Vinícius Xingó, a prisão de Tenório foi um equívoco da Polícia Civil que “achou” que o terreno ainda pertencia ao seu cliente. “O que ocorre é que Tenório foi proprietário de um imóvel onde foram encontrados os produtos de roubo. E o único elemento capaz de conduzir Tenório a prisão foi a polícia achar que ele era proprietário do terreno que há um ano pertence ao Dnit”, defendeu acrescentando que a Justiça deverá conceder a absolvição sumária, incluindo a devolução do valor pago pela fiança.
A defesa ainda acrescentou que o lote está abandonado e que qualquer pessoa tem acesso a ele pela parte do portão que está amarrada, pelos fundos do lote que possui uma pequena abertura e ainda por um dos lados que também está aberto.

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