Policia

Ex-funcionários fantasmas de Belo Oriente são procurados pela polícia

BELO ORIENTE – O Grupo de Apoio de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) está à procura de cinco ex-funcionários fantasmas da Prefeitura de Belo Oriente. São elas: Lorena Cristina de Oliveira, Antero Pereira Neto, Evelyn Ramos Sperber Portes, Gabriela Gomes de Oliveira e Priscila Gomes de Melo da Silva. Todas estão com mandado de prisão temporária decretada pelo poder judiciário da Comarca de Açucena.
A busca pelos foragidos faz parte da segunda fase da Operação Perfídia realizada nesta semana que terminou com a prisão temporária de outras cinco pessoas. Em entrevista coletiva do Gaeco à imprensa, a promotora de justiça de Açucena Renata Cerqueira Rocha explicou que prisões podem ser prorrogadas ou até mesmo convertidas em preventivas de acordo com o desenrolar das investigações.
“A prisão temporária foi decretada por cinco dias. O juiz pode revogar as prisões, prorrogar por mais cinco dias, ou até mesmo converter em prisões preventivas. A garantia da prisão não existe até porque no nosso ordenamento jurídico o princípio constitucional da inocência é vigente”, explicou.

PRIMEIRA FASE

Em dezembro passado quando foi desencadeada a operação em Belo Oriente para apurar fraudes na Prefeitura foram presos um vereador e outros dois ex-funcionários acusados de falsificação de documentos com fins de obter ganhos financeiros.
À época foram identificados 28 funcionários fantasmas. Segundo o Gaeco, as investigações já identificaram 89 ex-servidores que nunca prestaram serviços para administração pública. Deste total apenas três pessoas não sabiam do esquema de funcionalismo fantasma.
“São pessoas semi-analfabetas, simples que de fato nunca prestaram serviço, mas também não receberam pelos cofres do erário. Estas pessoas tiveram seus documentos usurpados e os valores caíam na conta de terceiras pessoas que ainda parece estar na administração”, finalizou a promotora.

PRESOS
Na primeira fase da operação foram presos o vereador Edson Celso Anselmo, o “Disson”, Cleufas Rodrigues de Souza, ex-chefe do Departamento de Pessoal da Prefeitura de Belo Oriente e Helder Fernandes Silva, ex-funcionário público. Eles foram apontados como os mentores do esquema.
Segundo o Gaeco, foram levantadas pelo menos três formas de desvio de verba. Uma delas é a contratação e pagamento por parte do município de pessoas que jamais prestaram serviços para o Executivo, ou seja, o funcionário fantasma. De acordo com o promotor de Justiça Bruno Schiavo que também integra o Gaeco, durante as investigações outros tipos de fraudes foram descobertas.
“Durante a investigação foi possível detectar a ocorrência de outros tipos de fraudes. Até o momento foram contabilizados aproximadamente R$ 800 mil que deveriam ter sido usados em obras e serviços públicos e que foram completamente pelo ralo da corrupção”, pontuou.
Conforme o delegado de polícia Gilmaro Alves durante os depoimentos dos ex-funcionários fantasmas foi descoberto que para um único funcionário fantasma havia sete matrículas, sem nem sequer ter conhecimento de que estava participando de um esquema corrupto na administração pública.
“A exemplo, nós temos um senhor lá que é coveiro, analfabeto e tinha matricula de advogado, chefe de departamento. Mas, o dinheiro não ingressava na conta dele, ia para conta de funcionário da própria municipalidade e pasmem: funcionários que ocupavam cargos de direção e coordenação”, disse. O delegado acrescentou que alguns ex-funcionários “fantasmas” descobertos nas duas fases da operação já fizeram a devolução do dinheiro aos cofres públicos.

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