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Esquerda se une contra reforma da previdência francesa

Durante sua mensagem de fim de ano, presidente Macron indicou que a reforma entrará em vigor independentemente dos protestos


PARIS – Os principais nomes da esquerda francesa se uniram em apoio à mobilização contra o projeto de reforma da Previdência. Os representantes dos principais partidos deixaram suas diferenças de lado e assinaram uma tribuna conjunta que coincide com a entrada do movimento em seu segundo mês. Boa parte do transporte público do país está perturbado desde 5 de dezembro.

Jean-Luc Mélenchon, chefe da esquerda radical, Olivier Faure, que dirige o Partido Socialista, Fabien Roussel, que lidera o Partido Comunista, e o ecologista Julien Bayou são apenas alguns dos 65 nomes de personalidades que assinaram um texto conjunto publicado no Journal du Dimanche. Deputados europeus, como Raphaël Glucksmann, senadores, como Esther Benbassa, ou ainda Olivier Besancenot, porta-voz da extrema esquerda, também fazem parte da lista.

“Pedimos a retirada do projeto apresentado pelo primeiro-ministro para que sejam abertas, sem demora, verdadeiras negociações com as organizações sindicais”, escrevem os signatários. Eles pedem “um sistema de aposentadoria plenamente justo e solidário, que leve progresso para todos e todas, que não aumente os anos de trabalho”.

Além dos políticos, a tribuna também conta com a assinatura de artistas, como a atriz Josiane Balasko, sociólogos e pesquisadores. Segundo eles, o projeto de reforma da aposentadoria “não é aceitável, pois ele representa um retrocesso dos direitos”. As negociações entre o governo e os sindicatos estão em ponto morto desde o início do recesso de fim de ano, que termina neste domingo 5. A partir de terça-feira 7, novas discussões estão previstas.

MACRON NÃO PRETENDE RECUAR

No entanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, indicou durante a sua mensagem de fim de ano que a reforma entrará em vigor, independentemente dos protestos. Uma nova jornada de greve geral já foi anunciada para a próxima quinta-feira (09).

IDADE MÍNIMA

A questão da idade mínima para a aposentadoria plena que, segundo o projeto do governo, passaria de 62 para 64 anos, é um dos pontos mais delicados da reforma. Outro tema sensível é o possível fim dos regimes especiais, que beneficiam apenas algumas categorias profissionais.

Uma pesquisa de opinião divulgada neste fim de semana aponta que 44% dos entrevistados apoiam a mobilização contra o projeto de reforma da Previdência. Essa é a primeira vez, desde o início da greve, que a adesão ao movimento está abaixo dos 50%. No entanto, 55% dos entrevistados continuam defendendo que o governo não deve implementar a reforma.

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