Cidades

Encontro de carros rebaixados e a imunidade de rebanho

(*) Fernando Benedito Jr.

Particularmente, não tenho nada contra carros rebaixados e carregados com decibéis de aparelhos de som em carrocerias, porta-malas e no ronco dos motores, embora, considere ser um hobby dos mais sem graça, inútil e sem nenhuma serventia social. Mas, tem gente que gosta, paga caro por isso e acha que a exibição dos modelos é uma atração imperdível. E foi por isso que centenas de pessoas lotaram o Parque Ipanema no último dia 23.

A esmagadora maioria sem máscaras, aglomerados uns sobre os outros admirando os veículos e a barulheira. Respirando, falando e espirrando uns nos cangotes dos outros, enquanto o resto do País tenta conter a propagação da cepa indiana do coronavírus e a cidade contabiliza mais de 750 mortes por covid-19.

A Prefeitura Municipal, foi cúmplice da aglomeração. Se não concedeu a licença para o evento, fez vistas grossas. Mas tudo bem, tudo transcorreu “normalmente”, sem qualquer intercorrência ou interferência das autoridades policiais, públicas e sanitárias. A administração municipal prefere ficar repetindo que as taxas de contágio, óbitos e ocupação de leitos estão caindo, insiste em reabrir escolas e permitir eventos deste porte sem os mínimos protocolos de segurança.

Se este tipo de atitude das autoridades não é um estímulo à “imunidade de rebanho”, certamente é de uma irresponsabilidade, uma falta de solidariedade, de  empatia, uma estupidez de uma grandeza maior que um cometa.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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