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Empresários da região discutem negócios com o setor de defesa

(Crédito: Divulgação)

 

IPATINGA – O Centro Tecnológico da Marinha em Iperó (SP) deve investir apenas este ano R$ 336 milhões na construção do estaleiro e da base naval em Itaguaí (RJ). Até sua conclusão, cerca de R$ 1 bilhão de reais deverão ter sido aplicados no projeto. Dos R$ 241 milhões em serviços e materiais já contratados até agora de empresas nacionais, apenas R$ 3,618 milhões vêm de Minas Gerais, segundo dados da Marinha apresentados em reunião do Conselho da Indústria de Defesa e Compras Governamentais da Fiemg, realizada em Ipatinga nesta sexta-feira (7).

“O estado tem parque industrial suficiente para aumentar sua participação nos negócios. É preciso mais motivação dos empresários para se movimentar e buscar oportunidades”, salientou o vice-diretor da Diretoria de Abastecimento da Marinha, Isaac Newton Vieira.

DEFESA

A construção do estaleiro é apenas um exemplo de investimento feito pela Marinha, que apresentou pelo menos sete programas estratégicos onde há potencial de negócios para fornecedores mineiros. Um deles é a construção das corvetas barroso, que contarão com 70% de conteúdo nacional. A licitação deve sair em cerca de oito meses, de acordo com o contra-almirante Flávio Macedo Brasil.

Outro é o sistema de monitoramento da Amazônia Azul, que visa ao gerenciamento de áreas de interesse estratégico brasileiro no Atlântico Sul. Já o Prosuper prevê a aquisição de 30 navios de escolta, cinco de apoio logístico e 12 de patrulha oceânica até 2047 – sendo cinco fragatas de seis mil toneladas, cinco navios de patrulha oceânica (OPV) de 1,8 mil toneladas e um navio de apoio logístico de 20 mil toneladas na primeira fase.

Segundo o vice-diretor Vieira, a Marinha irá dobrar de tamanho com a construção de uma segunda esquadra e segunda força de fuzileiros no Norte. Ele lembrou que grande parte da tecnologia, especialmente no que se refere ao disparo de mísseis, é de alta complexidade e ainda precisa ser importada ou desenvolvida em parceria com estrangeiros. “Entretanto, há áreas com exigências menores onde as empresas mineiras podem se encaixar de imediato”, afirmou.

MOBILIZAÇÃO

O Vale do Aço já está correndo atrás desses mercados, de acordo com o presidente do Sindimiva, Jeferson Bachour Coelho. O sindicato, junto com a Fiemg, está mobilizando empresas locais para apresentarem projetos técnicos de quatro equipamentos que hoje são importados por estaleiros brasileiros. A escolha baseou-se em um levantamento feito pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), que apontou a necessidade de fabricação, no Brasil, de 11 equipamentos hoje comprados no exterior. Cerca de 15 empresas da região já aderiram ao projeto e irão desenvolver os protótipos para apresentar aos estaleiros.

REINVENÇÃO

Para o presidente da Fiemg Regional Vale do Aço, Luciano Araújo, é preciso reiventar o Vale do Aço. A região representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas e é fortemente voltada para mineração e siderurgia, setores que atravessam momento de dificuldades, com aumento da concorrência e redução de preços no mercado internacional.

“As empresas têm que agregar valor com novos produtos e tecnologias”, reforçou. Segundo eles, as indústrias locais já compraram essa ideia e estão atuando juntas na busca pela inovação. Ipatinga é hoje é um dos polos fornecedores de petróleo e gás da Petrobrás, o único localizado no interior.

A reunião de Ipatinga foi a primeira deste ano realizada pelo Conselho da Indústria de Defesa e Compras Governamentais. Oito empresas apresentaram seus produtos e serviços e duas receberam a visita dos representantes da Marinha e dos integrantes do colegiado da Fiemg – a Lumar Metais, especializada na produção de peças fundidas em cobre para siderurgia, e a Provest Uniformes.

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