Policia

“Ele falava que um dia acabaria com a vida do irmão”, diz mãe

Mãe de Ronildo e Edimilson foi testemunha do crime

IPATINGA – Um crime entre irmãos marcou para sempre a vida de uma família moradora da rua Tapicuru, no bairro Vila Celeste. Ronildo de Queiroz, de 27 anos, foi assassinado com uma facada pelo irmão Edimilson Queiroz, 35 anos, na madrugada do último sábado (2), depois de um desentendimento. Edimilson estaria sob forte efeito de álcool e drogas.

Depois do crime, o acusado sumiu e, no sábado pela manhã apareceu em casa como se nada tivesse acontecido. Ao ser informado pelos familiares que ele havia matado o irmão, Edimilson teria ficado desnorteado e seguiu direto para a delegacia de Ipatinga, onde se apresentou sozinho e espontaneamente à polícia. Após ser ouvido, Edimilson foi liberado. Conforme prevê a lei, a apresentação voluntária não configura flagrante.

Nesta segunda-feira (4), a reportagem foi até a casa onde o crime aconteceu e conversou com os parentes, que ainda estavam em estado de choque. Depois que Edimilson se entregou, ele não foi mais visto pelos familiares – que receberam a informação que ele havia pedido acolhimento na Casa da Esperança.
A única testemunha do fato foi a mãe dos dois irmãos, Maria da Conceição Lauriana Queiroz, 66 anos, que contou em detalhes como tudo ocorreu. Veja na entrevista.

DIÁRIO POPULAR – Como começou a confusão?
MARIA DA CONCEIÇÃO
– Edimilson chegou quase uma hora da madrugada, empurrando a porta e o Ronildo pediu para ele me deixar dormir. Em dez minutos de discussão, eu ouvi um barulho. Levantei e vi a cozinha toda suja de sangue e o Ronildo segurando a ferida para o sangue não sair e falou para mim assim: “tá vendo mãe, o que meu irmão fez comigo? Ele me matou”. E assim ele já foi caindo de testa no chão e eu caí em cima dele.

DP – A senhora estava sozinha em casa?
MARIA –
Estava só eu e ele. E vi aquele tanto de sangue jorrando e gritava por socorro. Mas ninguém ouvia. Quando apareceu alguém, me tiraram de cima do Ronildo.

DP – E o Edmilson, fugiu logo em seguida?
MARIA
– Assim que eu levantei para ver o que havia ocorrido, já não vi ele mais. Só vi meu Ronildo segurando a ferida e falando que ia morrer.

DP – Como era o convívio dos dois irmãos?
MARIA
– Eles brigavam de vez em quando. O que pita droga e bebe dia e noite e nunca me deu sossego. Tem quatro filhos e não tem coragem de ajudar as pobrezinhas das crianças.

DP – No outro dia pela manhã ele reapareceu como se nada tivesse acontecido. Qual foi a reação dele ao saber que tinha matado o irmão?
MARIA –
Ele falou: “eu não acredito, eu não fiz isso” e saiu chorando correndo e foi direto se entregar na delegacia e falou que não se lembrava de ter feito isso. Ele foi ouvido e liberado.

DP – A senhora considera que ele seja culpado e que tenha agido em sã consciência?
MARIA
– Eu acho que ele é culpado sim. Porque de vez em quando ele falava que um dia iria acabar com a vida do irmão (Ronildo), e me fazer chorar noite e dia.

DP – A senhora chegou a conversar com Edimilson depois de tudo?
MARIA
– Não. Ele mais nem de longe e nem de perto e não quero ver nunca mais.

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