Policia

Dupla é condenada a vinte anos por morte de usuária de drogas

IPATINGA- Sob forte comoção de familiares e amigos dos réus, Luciano Rodrigues de Freitas e Alisson Vinícius Rodrigues Santos ouviram nessa quinta-feira (31) a sentença de condenação de 20 anos em regime fechado, pela morte de Simone Alves de Souza Araújo de 39 anos, em março de 2012.

Após ouvir a sentença, a mãe de Alisson Vinícius desmaiou no salão do júri e teve que ser retirada por familiares. Os demais presentes na sessão se desesperaram com a condenação dos réus e foram abraçar e consolar os condenados.

Julgamento
A defesa dos réus sustentou a tese de negativa de autoria e homicídio simples. Porém, a promotoria pediu a condenação mediante a duas qualificadoras: motivo torpe e tortura. Os jurados descartaram a primeira delas, e condenaram a dupla em homicídio qualificado considerando que os réus utilizaram de tortura para assassinar Simone. O agravante da pena foi a reincidência criminal dos réus, que respondem outros processos por envolvimento no tráfico de drogas.

Durante a sessão do júri os advogados de defesa alegaram que as provas presentes nos autos não são suficientes para provar a participação dos réus no crime. A defesa usou como argumento o laudo do Instituto Médico Legal, que mostra que Simone teria sido morta entre 12h e 20h do dia 1º de maço. No inquérito consta que a mulher teria sido morta, na madrugada, entre 1h e 4h da manhã.

“Trouxemos uma prova técnica que comprova erros nas investigações. No horário em que Simone foi morta meus clientes estavam indo para uma boate. Existem testemunhas que comprovam que nesse horário os dois estavam em uma casa de show. Como eles podem estar em dois lugares?”, relatou o advogado de defesa Elizeu Brasil.
Já a promotora Monique Mosca Gonçalves rebateu as acusações dizendo que “médico legista trabalha com previsões, que não foi apresentado um exame que comprove a hora exata em que a vítima foi assassinada”, conclui.

A promotora relatou também que no inquérito foram ouvidas três testemunhas que presenciaram o crime. “Os dois réus têm envolvimento com drogas; isso dificulta o andamento do processo, porque as testemunhas ficam coagidas e têm medo de depor. Ou então elas fazem depoimentos que vá favorecer o traficante, por temer sua vida. O conjunto de provas desse processo é forte, pois mediante a todo esse agravante, foram ouvidas nesse tribunal três testemunhas que presenciaram o crime. Eles não tiveram medo dos réus”, finaliza.

Além da pena, a Justiça condenou a dupla a pagar o valor R$ 20 mil de indenização para os herdeiros da vítima, por danos materiais e morais.

Entenda o caso
Conforme consta nos autos, a vítima foi espancada e estrangulada até a morte no dia 1º de março de 2012. O corpo foi encontrado no ribeirão Ipanema, próximo ao pontilhão que liga o bairro Veneza II ao Centro da cidade.

Segundo o inquérito do Ministério Público, a vítima foi morta por uma suposta dívida de droga. A polícia acredita que Simone foi estrangulada por ter consumido todo o entorpecente que tinha pegado com Alysson para revender. Sem conseguir arranjar dinheiro para quitar o débito, o réu teria se irritado e assassinado Simone.

O corpo da mulher foi avistado às margens do ribeirão por pessoas que caminhavam na rua que faz a ligação entre o bairro Vila Ipanema e o Centro da cidade. A mulher apresentava marcas de estrangulamento e dois ferimentos profundos na cabeça.

A polícia indiciou três pessoas pela morte de Simone, os dois réus e uma terceira pessoa, José Laurindo de Barros Júnior, que na época do crime era menor de idade. Porém, no dia 30 de março de 2102, José Laurindo foi assassinado com sete tiros, no Centro de Ipatinga.


Após o julgamento, os familiares abraçaram os réus no momento de desespero

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com