Jurados acataram a condenação nos termos da pronúncia (Crédito: Patrícia Belo)
IPATINGA – Wesleisson do Carmo Florentino, o “Neném”, 27 anos, e Hellan Felipe Fernandes Ferraz, “Lanzin”, de 24, foram condenados a 12 anos de reclusão, em regime fechado, no Fórum de Ipatinga, nessa terça-feira (22). Por maioria dos votos, os jurados rejeitaram as teses da defesa, reconhecendo que a dupla praticou a tentativa de homicídio contra Dieli Rodrigues de Souza em 2012, que já esteve preso acusado de tráfico de drogas.
Durante a sessão o promotor de Justiça, Bruno Cesar Medeiros Giardini, pediu ao corpo de jurados que não considerasse as alegações da defesa, que sustentava a negativa de autoria, o homicídio simples e a participação de menor importância.
“Senhores, se vocês acatarem o pedido da defesa em tirar a qualificadora, que é motivo torpe, esses dois réus serão condenados a no máximo quatro anos de reclusão e daqui a dois meses eles estarão na rua. Precisamos da condenação dos dois réus para pôr fim a uma guerra, pelo tráfico de drogas que acontece no bairro Vila Celeste desde 2006. Se não, mais pessoas morrerão”, disse o promotor.
Giardini também sustentou a ideia de que os dois réus foram autores no crime, pedindo assim a mesma condenação para Hellan, que é apontado na denúncia como o condutor de uma motocicleta, no dia da tentativa. “Ele é co-autor do crime, neste caso não existe participação de menor importância. Ninguém induziu o réu tentar matar, ele praticou o crime porque quis. Está envolvido tanto quanto Wesleisson” relata.
Já o pedido de retirada da qualificadora, motivo torpe, também foi derrubado pelo promotor. “Eles premeditaram o crime e tinham consciência do que estavam fazendo. A dupla quis matar por motivo irrelevante que é vingança, e a tentativa de homicídio deixou lesões gravíssimas na vítima, que se encontra paraplégico”, concluiu.
Além da pena, os réus ainda foram condenados a pagar R$ 20 mil à vítima. O depósito deverá ser feito em conta judicial. A Justiça não permitiu que os condenados recorressem em liberdade, o julgamento de eventuais recursos, já que a dupla estava presa antes da sessão do júri.
CRIME
Conforme as investigações policiais e a denúncia do Ministério Público, no dia do crime, Hellan pilotava um moto e tinha na garupa Wesleisson, que efetuou vários disparos em direção à vítima. Dieli foi socorrido e resistiu aos ferimentos. Ainda segundo o texto da denúncia, a motivação que levou a dupla a tentar contra a vida de Dieli seria um envolvimento com o tráfico de drogas.
Por causa dos tiros que levou, Dieli perdeu o movimento das pernas e anda em uma cadeira de rodas. Chegou a ficar preso no Ceresp pelo seu envolvimento com o tráfico. Depois conseguiu a liberdade por causa de suas condições de saúde.
