Economia

Diretor-presidente da Petrocity explica nova ferrovia na Fiemg

Com a autorização de construção já publicada e investimentos na ordem de R$ 5 bilhões, a obra para inicio da construção da ferrovia que ligará Ipatinga a São Mateus no estado do Espirito Santo já é uma realidade.

IPATINGA – Depois de encontro nas prefeituras da região, o diretor-presidente da Petrocity, José Roberto da Silva, apresentou à FIEMG Regional Vale do Aço o projto da Estrada de Ferro Minas-Espirito Santo (EFMES), que terá 460 quilômetros e a previsão inicial é de transportar 18 milhões de toneladas de carga.  A empresa está na etapa de refinamento de estudos para definição do melhor traçado.

O projeto prevê quatro Unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas (Utac) previstas em todo o seu traçado, das quais duas já confirmadas em Minas Gerais, nos municípios de Governador Valadares e Ipatinga, a empresa estuda a implantação de mais um terminal para recebimento e distribuição das cargas que chegam e saem da ferrovia no Vale do Aço.

CRONOGRAMA

O diretor afirmou ainda que o investimento contará com payback em oito anos, a partir do início das operações, previsto para 2024 e conclusão até 2026. Segundo ele, o projeto inclui ainda a instalação de um gasoduto e de uma infraestrutura de telecomunicações ao longo da nova ferrovia.

“Iniciaremos as obras efetivamente em 2024 devido a trâmites que já estão sendo efetivados como o estudo do traçado, análise geológica e, posteriormente, aquisição das licenças ambientais e desapropriação”, pontuou José Roberto.

Para Flaviano Gaggiato, presidente da FIEMG Regional Vale do Aço e coordenador da Agenda de Convergência essa nova ferrovia é sinônimo de desenvolvimento logístico e econômico para a região.

NOVO CORREDOR

“Por ser uma ferrovia moderna de bitola larga com uma velocidade maior ligando Ipatinga ao novo porto em São Mateus, ela representa um novo corredor de logística para todo o Vale do Aço. Além disso, a Petrocity terá uma linha até Brasília o que também abre a possibilidade de diminuir os custos de transporte para o norte e nordeste do Brasil, e uma unidade de transbordo de cargas no Vale do Aço que vai agilizar todo o processo de despacho e recebimento de produtos”, pontuou.

José Roberto alertou aos prefeitos quanto a oportunidade de crescimento em todos os âmbitos para a região metropolitana. “Os municípios precisam ter um planejamento estruturado, principalmente porque além da nova ferrovia, contarão com o terceiro maior aeroporto do Estado e uma 381 duplicada, ou seja, o Vale do Aço viverá um novo momento de desenvolvimento.”

BAIXO CUSTO

Representando o eixo Competitividade da Agenda de Convergência, Kléber Muratori, ressaltou que o transporte ferroviário tem baixo custo de frete e de manutenção, inexistência de pedágios, menor índice de roubos e acidentes, além de transportar grandes quantidades a longas distâncias, o que contribui consequentemente, para o aumento da competitividade na região.

“A implantação da nova ferrovia amplia as opções de transporte de cargas. A atual ferrovia prioriza o transporte de minérios, que tem velocidade limitada e está quase que totalmente dedicada à Vale. A nova ferrovia, dará mais opções às empresas da região, aliviando a BR381 e reduzindo custos”. E completou: “Nossa região será mais atrativa para que novas empresas aqui se instalem, possibilitando que indústrias que têm o aço como matéria prima tenham condições de produzir com preços competitivos”, disse.

APRESENTAÇÃO PARA ÂNCORAS

Após a coletiva, Gaggiato recebeu prefeitos da Região Metropolitana do Vale do Aço, deputados federais e estaduais, diretores das indústrias âncoras, além de presidentes de sindicatos e membros da Agenda de Convergência para a apresentação do projeto da Petrocity. Na oportunidade, colocou a FIEMG e às industrias âncoras da região à disposição da empresa.

De acordo com o prefeito de Santana do Paraíso, Bruno Morato, o município já está se preparando para esse vetor de desenvolvimento. “Contratamos uma empresa que fará a ligação das BRs 458 e a 381, trazendo ainda mais desenvolvimento para nossa região e com a nova ferrovia, teremos grandes oportunidades do ponto de vista logístico, além da geração de emprego e renda”, pontuou.

COMPLEXO LOGÍSTICO

Para Júlio Ribeiro, diretor industrial da Cenibra, não se trata apenas de uma ferrovia, mas sim de um grande complexo logístico que permitirá a conexão direta do Vale do Aço com o mundo.

“Novas oportunidades de negócios, mais empregos, mais tecnologia, mais geração de valor para a nossa região. Cabe a nós, cidadãos do Vale do Aço, a missão de sair na frente e aproveitar as oportunidades iniciais, inclusive no fornecimento de serviços e matéria-prima para a construção de todo o empreendimento. Essa mesma oportunidade estará disponível para todas as empresas e municípios de nosso Estado ao longo do traçado da ferrovia. Grandes oportunidades pela frente”, celebrou.

No dia 22/11 está prevista uma reunião técnica entre a Petrocity e a diretoria das indústrias âncoras para confirmação de onde será implantando o terminal para recebimento e distribuição das cargas que chegam e saem da ferrovia no Vale do Aço.

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