Cultura

“Dias não virou noite” é exibido em Estocolmo

IPATINGA – O filme “Dias não virou noite”, produção coletiva dos documentaristas Nilmar Lage, Thiago Moreira e Goretti Nunes, integra a programação da 10ª edição Brasil Cine, o maior festival de cinema brasileiro da Escandinávia, aberto ontem(6)na Filmhuset (Casa de Cinema) de Estocolmo, com a exibição de “Aquarius”, filme de Kleber Mendonça Filho, protagonizado por Sônia Braga, e com a presença da atriz MaeveJinkings.
Em maio deste ano, o elenco de Aquarius denunciou no festival de Cannes a ameaça de golpe parlamentar no Brasil, e desde então, a obra tem sido alvo de ataques e boicotes pela ala mais conservadora do país. Por conta disso, Aquarius vem se tornando um símbolo da resistência brasileira contra a polêmica medida que retirou a presidente Dilma Rousseff do poder.
Ao todo, a programação do Brasil Cine traz 10 longas e 23 curtas, incluindo outros destaques como O Mercado de Notícias (2014), de Jorge Furtado, e Chatô – O Rei do Brasil (2015), de Guilherme Fontes.
Todos os 33 filmes das mostra serão submetidos à votação popular e concorrem entre si, dentro de suas respectivas categorias – ficção, documentário e curtas, ao BrasilCine Popular Jury e FeatureAward.

JEREMIAS
O filme que representa Ipatinga em Estocolmo, “Dias não virou noite”, conta a história de superação de Jeremias Amaral Dias, que ficou cego aos 19 anos de idade. “Ele fala do passado, dos seus pais como referência, fala das lembranças traspassadas pela saudade que desestabiliza. Jeremias fala do presente, onde as atividades do cotidiano dão sentido à sua existência; bem como dos amigos, que ele cita afetuosamente”, destaca Goretti, citando trecho do texto criado para apresentação do filme.
Boa parte das cenas de “Dias não virou noite”, segundo diretores do filme, é marcada por desfoques e por imagens de baixo contraste, dominadas pela luz excessiva que apaga tudo, assim como o faz a sua ausência com Jeremias. As cenas, de acordo como grupo, são o símbolo das incômodas disfunções visuais que, para Jeremias, avançaram para a angústia do não ver. As imagens retratam uma claridade inventada por Jeremias, como no universo da ficção, e que o permite viver, realizar o que o mundo real e utilitário pede. “Há ainda um outro grupo de imagens, as nítidas, que representam a precisão, uma palavra que Jeremias combina com o poder da visão comum”, comenta Nilmar Lage, que juntamente com Alisson Prodilik, assina a fotografia do premiado “Passagem”, curta de João André Grossi selecionado para vários festivais nacionais e internacionais.

SELEÇÃO

Pela terceira vez, Dias não virou noite é selecionado para um festival. No ano passado, o documentário ganhou as telas do Festival Internacional de Cinema Independente do Timor Leste e do Cine Under Salvador (BA).
“Estamos super felizes com a boa recepção do nosso trabalho feito com recursos próprios e poucos e com o muito apoio dos amigos, a quem somos imensamente gratos”, disse Thiago Moreira.

SERVIÇO
Mais informações sobre Dias não virou noite estão disponíveis na fanpage do filme, bem como um trailer do documentário.
https://www.facebook.com/dias.nao.virou.noite

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