Cidades

Desvio de medicamentos: farmacêuticos reclamam de irresponsabilidade da PMI

Após divulgação de auditoria pela Prefeitura, profissionais estão sendo ameaçados, caluniados e difamados em redes sociais; desabastecimento é causado por falta de pagamento a fornecedores, revelam farmacêuticos

IPATINGA – A Assistência Farmacêutica da Prefeitura de Ipatinga reagiu com indignação e repúdio às informações divulgadas pela administração sobre desvio de medicamentos na rede pública. Segundo os farmacêuticos, as informações foram publicadas de forma “prematura e irresponsável”.

Em nota, os farmacêuticos e técnicos em farmácia da rede de atenção à saúde da Prefeitura Municipal de Ipatinga, afirmam que o governo “ao divulgar os resultados do trabalho de auditoria interna sobre as possíveis divergências na Assistência Farmacêutica do município comprometeu o trabalho de toda uma equipe que há anos está empenhada em assegurar um atendimento farmacêutico de qualidade no município, prezando pela saúde dos pacientes. Ao citar o suposto desvio de medicamentos comprometeu toda a categoria, que passou a sofrer ataques nas redes sociais com ameaças, difamações e calúnias”.

CALOTE EM FORNECEDORES

“Os farmacêuticos e técnicos – continua a nota – em farmácia das unidades de saúde suportam uma grande carga de trabalho, com filas enormes de atendimento, utilizando equipamentos inadequados em estruturas precárias, para ainda ter que dizer aos pacientes que os seus medicamentos estão em falta. A nota, no entanto, esconde que o desabastecimento de medicamentos na rede pública é devido ao não pagamento pelo governo municipal dos fornecedores. Ou seja, problemas como este, que não estão sob a responsabilidade desses profissionais, estão sendo depositadas sobre os seus ombros. Para agravar a situação, agora estes servidores têm que lidar com a cólera da população nas redes sociais”.

PRESCRIÇÃO

A nota aponta ainda “a necessidade de implementação de sistema de prescrição de medicamentos em programa informatizado, mas é omissa em dizer que essa já é uma reivindicação antiga da categoria e que há anos é obrigada a refazer prescrições de outros profissionais de saúde pela falta de acesso destes à computadores ou por simplesmente ignorarem o Manual de Normas e Rotinas das Farmácias do município. E afirmamos ainda que todos os fluxos e padrões de entrega de medicamentos estão condizentes com diretrizes nacionais, bem como acordadas entres os diferentes setores da Secretaria de Saúde”.

AUDITORIA

“A auditoria interna deveria ter como objetivo a melhoria dos processos, e a divulgação precoce desta informação foi inconsequente e desonrosa a toda a categoria, visto que apresentou todos os funcionários relacionados à assistência farmacêutica municipal como os vilões da prefeitura”, salientam os profissionais de farmácia.

“A assistência farmacêutica vai além da compra e dispensação de medicamentos nas unidades de saúde, pois engloba o trabalho de seleção das melhores opções disponíveis no mercado, dentro do limite do orçamento do município, bem como a compra de cada comprimido, pensando na saúde das pessoas que habitam a cidade. E dispensar um medicamento não é somente entregar o que está na receita, mas também avaliar todas as informações contidas na prescrição e ao mesmo tempo atender as necessidades de saúde do paciente, um trabalho que farmacêuticos e técnicos em farmácia exercem com honra e dignidade”, finaliza a nota.

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