Opinião

Desobrigação de máscaras: Decreto apenas institui o que já era

Há muito tempo grande parte dos ipatinguenses não estão nem aí para o uso de máscaras, só o fazem por obrigação e não pela consciência de sua necessidade para evitar a propagação dos vírus

(*) Fernando Benedito Jr.

Na verdade, pouco importa que o decreto do prefeito Gustavo Nunes seja dúbio ou pouco esclarecedor sobre a flexibilização do uso de máscaras em locais públicos, ainda que convenha que as peças legais, como os Decretos, sejam bem claras e explícitas para dirimir dúvidas e não criá-las. Mas, o fato é que há muito tempo os ipatinguenses não estão nem aí para o uso de máscaras, só o fazem por obrigação e não pela consciência de sua necessidade para evitar a propagação dos vírus. Usam-na pendurada na orelha, presa sob o queixo, no bolso, nas mãos. Quando precisam entrar em algum estabelecimento costumam colocá-la sob a boca, deixando o nariz de fora.

Este é um problema de saúde pública que vai da consciência de cada um. É uma questão de foro íntimo, ainda que envolva todo mundo.

O outro lado da questão – e aí espera-se que a decisão tenha sido bem balizada –, é se os indices realmente dispensam este e outros protocolos – em breve sumirão também com o álcool em gel para infelicidade de seus fabricantes e comerciantes. O Boletim Epidemiológico de ontem registrou mais um óbito. A UTI e Enfermaria não covid-19 SUS estavam lotadas, mas a UTI covid-19 SUS e a Enfermaria covid-19 SUS estavam bem vazias em relação ao mês passado, quando houve novo pico.

Há que se registrar ainda que a vacinação atingiu altos índices de cobertura em relação à população da cidade. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população estimada para 2021 era de 267.333 pessoas. A densidade demográfica de Ipatinga ultrapassava 1.452,34 pessoas por Km2.

O Boletim Epidemiológico de ontem informa que a 1ª dose foi aplicada em 208.581, a 2ª em 173.221, a 3ª em 71.191 e a dose única em 4.613. É uma boa cobertura vacinal e já foi capaz de diminuir consideravelmente os casos de contágio, mesmo que alguns negacionistas insistam que não vão tomar a “vacina chinesa” nem mortos. Aliás, devem ser estes os óbitos registrados nos últimos tempos.

Por fim, verifica-se também nas últimas semanas uma sensível queda no número de novos casos (ontem foram 14), o que também mostra o resultado positivo da vacinação em massa, para grande desalento dos negacionistas, dos anti-ciências e dos contrários ao uso de “focinheiras”.

E vamos adiante que tem muita gente querendo lutar na Ucrânia.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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