IPATINGA – A defesa do prefeito de Ipatinga Nardyello Rocha (MDB), cassado pelo juiz eleitoral Thiago Grazziane Gandra, em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral aberta pelo Ministério Público para apurar abuso de poder econômico e político na eleição extemporânea, realizada em 3 de junho de deste ano, afirma que a antecipação de pagamento do funcionalismo foi uma ação lícita. “O próprio Ministério Público Eleitoral não lhe imputou qualquer conduta ilícita, ao reconhecer que tanto a antecipação de salários dos servidores quanto o início do pagamento da complementação aos aposentados seriam condutas que, por si só, são lícitas. Já no tocante à ordem direta para que servidores ocupantes de cargos comissionados pedissem exoneração ou férias para trabalhar na campanha eleitoral, alegou tratar-se ilação não lastreada, sequer, por prova indiciária, não se comprovando o abuso de poder”, justifica a defesa do prefeito Nardyello Rocha.
DESEQUILÍBRIO
O juiz eleitoral, entretanto, entendeu que as ações do então prefeito interino foram suficientes para desequilibrar o pleito de 3 de junho. Segundo ele, “evidentemente, que o efeito é em cascata, de modo que a antecipação do pagamento, em tese, tem potencialidade para convencer e direcionar o voto não apenas do servidor público beneficiado, mas de todo o seu núcleo familiar”.
“Vale ainda mencionar – afirma a decisão judicial –, que o município de Ipatinga conta com mais de 08 (oito) mil servidores públicos municipais, o que, a toda evidência tem efetivo potencial de influenciar nas eleições municipais, bastando lembrar que, no mesmo pleito vencido pelos investigados, segundo e terceiro colocados se distanciaram por apenas 18 votos. Ipatinga teve cinco candidatos: Nardyello Rocha foi o eleito com 34.697 votos. Na sequência: Daniel Cristiano Souza, com 19.316 votos; Wanderson Silva Gandra, 19.298 votos; Sávio Tarso Pereira da Silva, 13.714 votos; e Lene Teixeira Sousa Gonçalves, com 8.5485 votos”.
