Cidades

Declaração de deputado estadual repercute na Câmara de Ipatinga

Ley do Trânsito afirmou que momento é delicado e deve ser pautado pela verdade


IPATINGA
– Uma declaração feita pelo deputado estadual Durval Ângelo (PT) na última terça-feira (19) repercutiu negativamente na Câmara de Vereadores de Ipatinga. Durval esteve na cidade para participar de uma audiência pública que discutiu o assassinato do jornalista Rodrigo Neto. Momentos antes, em entrevista à imprensa, o parlamentar afirmou que recebeu diversas denúncias anônimas sobre o caso e que uma delas dava conta de que o assassinato de Rodrigo estaria ligado a uma investigação que o repórter vinha fazendo sobre um esquema de compra de votos por parte de vereadores da cidade. A informação não foi confirmada, mas Durval afirmou que repassou as denúncias para a Polícia Civil, que investiga o caso.

Durante sessão ordinária na tarde de ontem (20), diversos parlamentares usaram a tribuna para comentar as declarações do deputado petista. Agnaldo Bicalho (PT) afirmou que a fala do deputado atingiu a todos os parlamentares ipatinguenses. “Isso é uma mancha em toda a Câmara”, disse. Roberto Carlos (PV) concordou com o colega parlamentar, ressaltou a gravidade da denúncia repassada pelo deputado e disse que ela precisa ser apurada. “Certa vez, o Rodrigo Neto disse que alguns crimes não eram solucionados por terem medo de se cortar na própria carne. Mas nós vereadores não temos medo de cortar na própria carne. Nós subimos e descemos escadas e morros durante a campanha. Esse é um crime que precisa ser investigado. Doa a quem doer”. Já o parlamentar Jadson Heleno (PPS) declarou repúdio à fala de Durval.

O presidente da Câmara, vereador Ley do Trânsito (PSD), contou que soube da denúncia anônima recebida por Durval através dos colegas da Casa. O parlamentar, que também é policial civil, explicou que o processo de investigação criminal torna o momento delicado para afirmações desta natureza. “Eu tenho muito medo porque em uma investigação, quando lacunas estão abertas, chegam muitas informações levianas”, avaliou o vereador, referindo-se às investigações sobre o caso, que vêm ocorrendo em sigilo e possuem várias linhas de apuração.
Ley também disse que esta não é hora para especulações e cobrou de Durval Ângelo mais informações sobre a denúncia recebida por ele. “As pessoas têm que ser pautadas pela verdade. Meu clamor é de pedir uma colocação plausível sobre esse assunto vinda do deputado”.

REUNIÃO
A sessão ordinária, realizada na tarde desta quarta-feira, foi pautada pela votação e aprovação de três projetos de lei. Um deles, de autoria do Executivo, visa a conceder prêmios para os contribuintes que quitarem, à vista, o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) referente a 2013. Segundo a Prefeitura, a matéria tem por objetivo incentivar a pontualidade no pagamento, combater a inadimplência e proporcionar melhoria na arrecadação municipal. Os itens a serem premiados e a data do sorteio não foram definidos no projeto, mas a matéria afirma que estes serão previamente informados e divulgados. Contribuintes que possuem isenção do pagamento do tributo não poderão participar da premiação, bem como a prefeita, o vice, os secretários de Governo, os vereadores e servidores de cargos comissionados da Prefeitura e Câmara Municipal.

Outra matéria aprovada ontem concede anistia a imóveis construídos de forma irregular no município de Ipatinga. O texto elaborado por Ley do Trânsito pretende regularizar imóveis a fim de retirá-los da clandestinidade, permitindo, assim, que seus proprietários possam ter acesso facilitado a crédito e até mesmo vendê-los por meio de financiamentos bancários.

Também recebeu o aval dos vereadores um projeto criado por Nilton Manoel (PSD) que declara de utilidade pública a Associação Artística e Cultura Brasil Arte Cultura e Cidadania. As três matérias foram aprovadas em segunda votação e serão encaminhadas ao Executivo para serem sancionadas pela prefeita Cecília Ferramenta (PT).

Além dos projetos de lei, dezenas de requerimentos e indicações foram discutidos e apreciados ontem na Câmara. Um deles tem autoria de Agnaldo Bicalho e pede que seja constituída na Casa uma Comissão Especial a ser chamada de “Comissão Especial Memória e Verdade”, com o objetivo de levantar informações referentes a eventuais casos de graves violações dos direitos humanos ocorridos em Ipatinga entre os anos de 1964 e 1988, período em que o Brasil viveu sob regime de ditadura militar. O texto foi aprovado pelos vereadores, bem como todas as indicações.

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