Luciana Evarista da Silva anda com a fotografia do filho, Jonathan da Silva Santos, 17 anos, por onde quer que vá (Crédito: Gizelle Ferreira/ Arquivo DP)
PARAÍSO – Três meses, 13 dias e uma pergunta: onde estão os quatro jovens desaparecidos em Santana do Paraíso desde o dia 29 de fevereiro deste ano? Os quatro, com idades entre 13 e 19 anos – conhecidos como Wesley, Luciano, Vitinho e Jonathan – teriam sido vistos pela última vez em uma casa no bairro Cidade Nova, fazendo uso de drogas.
Raimundo Luiz de Andrade, 39 anos, é pai de um dos desaparecidos, um adolescente de 13 anos. Ele já não tem mais esperança em encontrar o filho vivo. “E quanto mais o tempo passa, mais eu tenho certeza disso. Consumiram com o meu filho. Mesmo que encontrassem os restos mortais dele já seria um alívio. A pior angústia é conviver com a incerteza”, disse.
Raimundo conta que o filho começou a se envolver com drogas aos 10 anos de idade e que as más companhias ajudaram a influenciá-lo no caminho das drogas. Dona Maria Arlete, mãe de Wesley, conta que está desesperada na procura pelo filho. A dona de casa Luciana Evarista da Silva anda com a fotografia do filho Jonathan da Silva Santos, 17 anos, por onde quer que vá. Sempre que aparece um corpo sem identificação no Instituto Médico Legal de Ipatinga (IML), Luciana está lá, para ver se tem alguma notícia. “A essa altura, meu filho não está mais vivo. Mesmo assim eu queria poder enterrá-lo com dignidade”, lamenta a mãe.
QUEIMA DE ARQUIVO
Os quatro jovens teriam sido vistos pela última vez em uma casa. De acordo com uma testemunha, ouvida pela reportagem do DIÁRIO POPULAR, um carro preto, supostamente da Polícia Civil, teria parado na porta. Dois homens desceram. Eles teriam entrado na casa, amarrado e levado os jovens.
No entanto, a única testemunha chave e ocular do caso, Rafaela Miranda de Jesus, 19 anos, foi assassinada no início do mês passado. Se antes o caso parecia de difícil solução, agora, com o assassinato da principal testemunha, o desaparecimento dos jovens parece ficar ainda mais distante de ser elucidado.
A reportagem do DIÁRIO POPULAR, constantemente entra em contato com a Corregedoria da Polícia Civil que assumiu o caso. Mas até o momento as respostas são evasivas. Em uma nota enviada ontem (12), a Corregedoria informou que o fato ocorrido em Santana do Paraíso permanece sob investigação e diligências estão sendo providenciadas, mas que não serão divulgadas para não atrapalhar o andamento da investigação.
Raimundo: filho (no detalhe) se envolveu com drogas aos 10 anos
