Cidades

Combate ao crack ganha as praças públicas de Timóteo

TIMÓTEO – As três principais praças públicas de Timóteo serão palcos, nesta semana, de uma intensa programação educativa contra o crack. As praças do Centro Norte (1º Maio), Olaria e Centro Sul (29 de Abril) vão receber, nos dias 24, 26 e 27 de janeiro, respectivamente, o evento “Consciência e arte na guerra contra o crack”, com palestras e exibição de filmes e documentários sobre o avanço da droga e seus efeitos maléficos na vida e na sociedade.

O movimento de “Consciência e arte na guerra contra o crack” é promovido pela Central de Conscientização Revolucionária, entidade informal coordenada por Alair Dimas e que existe há seis anos. Ele e outros voluntários trabalham diretamente com usuários de crack, buscando conscientizá-los para deixar o vício e encaminhá-los para tratamento em clínicas de reabilitação do Vale do Aço.

Alair Dimas, ele próprio um ex-usuário de crack, aposta principalmente na sensibilização e na conscientização das pessoas sobre essa droga, que se transformou numa verdadeira epidemia, presente em praticamente todas as cidades. Além do contato direto com os usuários, eles contam com o suporte de uma emissora de rádio comunitária (103,9 FM) e exibições de filmes em praças públicas (Cine Arte Popular).

“O crack é uma epidemia, e, como tal, deve ser tratado como um caso de saúde pública, e não de polícia, como vemos muitas vezes”, afirma Alair Dimas, que, quando usava a droga, chegou a pesar apenas 47 quilos e a tentar suicídio saltando da ponte que liga Timóteo a Coronel Fabriciano. “É preciso ter a consciência tranquila para largar a droga. É isso o que procuramos oferecer às pessoas, por meio de conselhos e relato de experiências de quem conseguiu largar o vício”, completa.

DE MÃE PARA FILHO
A sede da Central de Conscientização Revolucionária funciona na residência do próprio Alair Dimas, à rua Bolívia, nº 95, no bairro Ana Rita. O trabalho foi iniciado vários anos atrás pela mãe de Alair, dona Maria José do Nascimento, que faleceu em 2012, aos 102 anos. Ela sempre fez um trabalho de aconselhamento, que acabou por converter também o seu caçula, o único sobrevivente de uma família de 27 filhos.

Dona Maria José, apesar da idade, fazia artesanato e era uma referência no Ana Rita. Antes da sua morte, foi criada a Central de Conscientização, trabalho que agora é mantido por seu filho. Alair Dimas diz que esse trabalho de ajudar outras pessoas que tiveram contato com o crack é uma homenagem à memória da sua mãe e dos irmãos falecidos, e também dos seus três filhos e dois netos. “É por eles que eu luto”, reforça.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com