Cultura

Com apoio da Usiminas, reforma da Academia Olguin é concluída

Patrimônio Histórico de Ipatinga recebeu melhorias estruturais em um ano de intervenções

IPATINGA – Depois de quase um ano fechada, a Academia Olguin, considerada o primeiro teatro do Vale do Aço e tombada como patrimônio histórico e artístico de Ipatinga, teve suas obras de restauração concluídas. Durante os últimos 12 meses, o espaço passou por importantes obras de melhoria, patrocinadas pela Usiminas, e agora reabre suas portas para as aulas de balé, caratê e demais atividades, ministradas no espaço desde sua fundação em 1970 pela família Olguin.

As obras foram realizadas por meio de projeto apresentado pela Associação Pró-Cultura de Ipatinga e financiadas pela Usiminas, com apoio do Instituto Usiminas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. O projeto de reforma teve anuência do Ministério Público Estadual e Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga. A Usiminas, por meio de acordo com o MP, está reformando, ainda, outros dois importantes bens tombados pelo município de Ipatinga: a “Estação Pedra Mole” e a “Fazendinha”, cujas obras serão encerradas no segundo semestre deste ano. No total, a empresa investiu cerca de R$ 1,5 milhão em reformas e adaptações dos três imóveis.

ENTREGA OFICIAL

A entrega oficial da Academia Olguin foi realizada dia 30 de julho, pelo presidente da Usiminas, Sergio Leite.“Para a Usiminas é motivo de muita alegria viabilizar o restauro deste importante patrimônio, onde são ofertadas atividades que reforçam os nossos laços com a comunidade. A Academia é espaço que sempre apoiamos em função do relevante trabalho executado pela família Olguin há mais de quatro décadas em prol do desenvolvimento social da comunidade do Vale do Aço, por meio da cultura e do esporte”, salienta Sergio Leite.    

OBRAS

As intervenções realizadas incluem novo telhado, novas instalações elétricas, pintura e correção de revestimentos, além de reparos hidráulicos, sinalizações e saídas de emergência e novas cadeiras na plateia. Também foram executadas adequações de acessibilidade, como banheiros adaptados e rampas para acesso às dependências do prédio. A Academia Olguin abriga salas de ensaio, teatro com 193 lugares e palco com cerca de 80 metros quadrados.

ATIVIDADES

A partir agosto, a Academia Olguin volta a receber as aulas de caratê e do projeto Centro de Referência em Dança do Vale do Aço, que este ano atende 120 estudantes de escolas públicas com aulas gratuitas de balé. A iniciativa foi lançada pela pioneira da dança em Ipatinga, Dona Zélia Olguin, há 20 anos, e segue mantida atualmente por sua filha, Salette Olguin.

“Essa é uma ação que nos dá muito orgulho. Minha mãe deu início ao projeto em 1999, como Bolsa para Ballet Clássico. A partir de 2007 ele passou a se chamar Centro de Referência em Dança do Vale do Aço e, desde então, estamos recebendo participantes vindos de toda a região. É emocionante como o projeto consegue ampliar o olhar dos participantes. O universo da dança e das artes se abre para eles de uma forma que vai acompanhá-los por toda a vida. Com a reforma que foi feita na Academia poderemos dar continuidade a este projeto e iniciar outros”, destaca Salette Olguin.

HISTÓRIA

A trajetória da Academia Olguin está ligada ao processo de implantação das três principais cidades do Vale do Aço: Timóteo, Coronel Fabriciano e Ipatinga. Em 1964, a bailarina Zélia de Souza Franco Olguin chegou à região, vinda de São Paulo, e começou a ministrar aulas de balé clássico em Timóteo. Em 1966, mudou-se para Ipatinga, dando continuidade ao seu trabalho. Em 1970, Zélia Olguin  vislumbrou no refeitório desativado, que era utilizado por funcionários da Usiminas, a possibilidade de transformá-lo em espaço para aulas de balé clássico e de caratê, ministradas por seu marido, Mathias Olguin. 

Com apoio e autorização da Usiminas, Zélia adaptou o local dotando-o de salas de ensaios e palco. Sua inauguração, em dezembro de 1971, foi um marco importante para a cultura no Vale do Aço. O espaço se transformou no mais importante Teatro de Ipatinga e era considerado o segundo maior de Minas Gerais.

Durante décadas, a Academia Olguin recebeu apresentações de vários grupos de dança e teatro da cena regional e nacional como a Cia de Dança Palácio das Artes, Centro Mineiro de Danças Clássicas, Toute Forme, Grupo Meia Ponta e Grupo Camaleão de Belo Horizonte, Escola de Ballet Lúcia Millas e Raça Cia de Dança, ambas de São Paulo, dentre outros. Com o caratê, implantado por Mathias Olguin, que tem sua obra continuada até hoje por seu filho Júlio Olguin, recebeu inúmeros alunos e realizou e participou de importantes campeonatos da categoria.

A restauração do prédio é uma obra há muito esperada. É o primeiro passo para que a Academia volte a funcionar como mais uma alternativa para apresentações na área das artes no Vale do Aço.

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