Cultura

Cinemas tem estréias de Pantera Negra, Lady Bird e Três Anúncios

“PANTERA NEGRA” – Inspirada num personagem africano criado em 1966 pela dupla Stan Lee e Jack Kirby, a aventura de Ryan Coogler tem como cenário Wakanda, um reino africano isolado, um verdadeiro paraíso futurista, em que carros voadores coexistem com florestas e cachoeiras, mas cuja superioridade é mantida oculta aos olhos do mundo. De todo modo, ficou imune aos males da colonização e da escravidão.
O grande segredo deste progresso é o vibranium, elemento extraído de um meteoro alienígena, altamente poderoso e quase indestrutível. Mas, apesar de todo o sigilo, criminosos já descobriram o material, conseguindo roubar alguma quantidade dele, façanha do traficante de armas Ulysses Klane (Andy Serkis).
Este incidente, aliado à morte do rei de Wakanda, vão exigir a tomada de posição de T’Challa (Chadwick Boseman), seu filho, que se tornará o Pantera Negra. O príncipe tem que submeter-se a uma série de rituais desafiadores, num processo supervisionado pelo sábio Zuri (Forest Whitaker). Mas terá a seu lado várias mulheres, como a mãe Ramonda (Angela Bassett), a irmã cientista Shuri (Letitia Wright), a agente secreta Nakia (Lupita Nyongo’o) e uma guarda guerreira comandada pela general Okoye (Danai Gurira).

“LADY BIRD – A HORA DE VOAR”
– Por “Lady Bird”, a também atriz Greta Gerwig tornou-se a quinta mulher indicada ao Oscar de direção. No longa, que ela roteirizou, há uma história delicada e sagaz sobre o amadurecimento de uma adolescente que aspira a sair da cidade onde mora. Indicado a cinco Oscar (filme, direção, atriz, atriz coadjuvante e roteiro original), o filme ganhou o Globo de Ouro de melhor comédia.
Lady Bird (Saoirse Ronan), nome que ela mesma se deu (na verdade, chama-se Christine), está prestes a terminar o ensino médio e quer ir para uma faculdade bem longe de Sacramento, onde vive. Como qualquer adolescente, ela é repleta de dúvidas, inseguranças, frustrações e sonhos. Sua mãe, Marion (Laurie Metcalf), quer o melhor para a garota, mas geralmente suas ideias não coincidem com as intenções da filha e as duas vivem em permanente conflito.
As indicações ao Oscar das duas atrizes são bastante merecidas, pois suas interpretações trazem à tona o que há de mais humano em personagens que poderiam facilmente recair em caricaturas. No entanto, o cuidado com que foram elaboradas e a sutileza da diretora evitam que se tornem clichês ambulantes.

“MUDBOUND – LÁGRIMAS SOBRE O MISSISSIPPI” – Uma das ausências mais inexplicáveis na lista dos indicados ao Oscar neste ano é a do drama “Mudbound” nas categorias principais – embora o filme tenha entrado para história com a indicação de sua diretora de fotografia, Rachel Morrison, a primeira mulher a concorrer na categoria. Ainda assim, é muito pouco para uma obra que revisita vigorosa e criticamente o passado recente dos EUA.
Ao centro, estão duas famílias às margens do Mississipi, uma de brancos e outra de afrodescendentes. A diretora Dee Rees constrói um retrato quase simétrico entre os dois clãs, dos quais saem dois jovens (Garrett Hedlund e Jason Mitchell) para lutar na Segunda Guerra, desencadeando feridas que afetam a todos, por conta da persistência do racismo.
Rees, que constrói o filme através de uma série de monólogos, inspira-se na tradição literária de William Faulkner e Toni Morrison, mas não se limita a copiá-los. Toma-os para si e, a partir de seus temas e motivos, realiza um filme poderoso.

“EU, TONYA” – Por seu retrato da patinadora Tonya Harding, o drama conseguiu uma merecida indicação ao Oscar, assim como Allison Janney, interpretando a mãe da protagonista, concorrendo como coadjuvante pelo mesmo papel pelo qual já ganhou o Globo de Ouro. Além disso, também concorre a uma estatueta a montadora Tatiana S. Riegel.

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