Esportes

Chile elimina a Fúria

(Crédito: Julian Finney/Getty Images)

 

RIO – Campeã da Eurocopa de 2008 e de novo em 2012. Campeã do mundo em 2010. Para muitos, um dos melhores times da história do futebol, inovador e dono de estilo único, que pautaria o esporte por anos. Agora, também dona de uma das maiores vergonhas da história das Copas. Nesta quarta-feira, a Espanha caiu no Maracanã diante do Chile, por 2 a 0, e foi eliminada na primeira fase da Copa do Mundo. Pior: foi a primeira a cair com apenas duas primeiras rodadas tendo sido jogadas.

CELEBRAÇÃO

Chile e Holanda comemoram: em um grupo no qual a Espanha era favorita, farão jogo tranquilo na última rodada, já classificadas. Para a Espanha, a melancolia continua: terá que jogar contra a Austrália para evitar ser a lanterna do Grupo B. Não há outra palavra que defina melhor a situação a não ser “vexame”. O rosto dos espanhóis quando ouviram o apito final também ilustra bem: de vergonha. Oficialmente, o fim da era espanhola. O mundo do futebol terá um novo dono em 25 dias.

FASES DO JOGO

O Chile entrou em campo com três pontos; a Espanha, com zero. Mas a vontade de vencer era maior em quem poderia jogar mais atrás, em quem aceitaria um empate como bom resultado (se empatasse, o Chile jogaria por um empate contra a Holanda, já classificada). A Espanha simplesmente não sabia como jogar de outra maneira além do “tiki taka”, abolido na partida que causou sua eliminação. O Chile, diferentemente, se manteve fiel ao seu estilo: pegada, velocidade, ofensividade.

Quando Sánchez achou Vargas na área para o primeiro gol, e quando Aránguiz marcou, de bico, após falha de Casillas em falta de Sánchez, o Chile não tinha por que atacar. Era só esperar. E não tinha como isso dar errado. Sampaoli, sempre agitado na beira do campo, nem precisou recuar o time. Tranquilo, viu a Espanha se perder tentando fazer o que nunca fez nos últimos seis anos: jogar de forma desesperada. Muitos dizem que a Espanha pouco chuta, e que quando precisassem isso faria falta. Fez. Muitos dizem que a Espanha pouco usa os cruzamentos. Tentaram – sem nenhuma qualidade. Acabaram eliminados.

 

Del Bosque acha cedo para discutir o futuro da Fúria
RIO
– Visivelmente triste, mas mantendo a serenidade de sempre, o técnico espanhol Vicente del Bosque pediu tranquilidade para o futuro da Fúria, campeã mundial em 2010 e eliminada na primeira fase de 2014. O possível fim da geração de Xavi, Iniesta e Casillas foi algo recorrente na coletiva do treinador, no Maracanã, logo após a derrota para o Chile. Mudanças devem acontecer para os próximos grandes torneios – como a Eurocopa de 2016, na França.

“Eu não queria falar tão imediatamente sobre o que aconteceu. Temos que ter mais tempo para analisar o que aconteceu. Tivemos 25 dias de trabalho adequado. Todos estavam muito bem. O segundo tempo contra a Holanda e o primeiro contra o Chile foram ruins”, comentou o treinador, abrindo a coletiva após a derrota por 2 a 0, na tarde desta quarta.

Depois, na base da insistência dos jornalistas, falou um pouco sobre o péssimo rendimento e suas consequências. “No Mundial, num torneio tão importante como esse, traz consequências. Mas ainda temos muito tempo para reflexão e tomar decisões. Precisamos de tranquilidade. Vamos fazer o que é melhor para o futebol da Espanha. E isso vale para mim e para os jogadores”, respondeu, encerrando este assunto.

O experiente técnico fez questão de frisar que a seleção tinha, sim, vontade de jogar o Mundial – houve dúvida sobre a real motivação da equipe. “Se eu penso nos 25 dias quando estávamos concentrados e com espírito dentro do grupo, que seríamos eliminados, eu não teria acreditado. Não jogamos com pouco entusiasmo”, continuou del Bosque, de 63 anos.

Admitindo a tristeza com o resultado, procurou tranquilizar a torcida, que vinha mandando mensagens de apoio após a goleada sofrida na estreia. “É certo que nesses dias, desde que jogamos contra a Holanda, tivemos uma série de frases positivas da torcida. Mas naturalmente, é um dia triste para todos”, finalizou a entrevista. Apesar da eliminação, ele ainda comandará a Espanha mais uma vez nesta Copa do Mundo. Na próxima segunda, jogará contra a Austrália em Curitiba, em um duelos de duas equipes já eliminadas.

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