Cidades

Banco chama a polícia para cliente negra

Empresária e esposa do DJ Rennan da Penha diz ter sido conduzida à delegacia após tentar sacar 1.500 reais de sua conta

RIO – A empresária Lorenna Vieira, esposa do DJ Rennan da Penha, afirmou ter sido vítima de preconceito e racismo em uma agência do banco Itaú. Em sua conta no Twitter, ela escreveu que foi retirada da agência pela Polícia Civil, “humilhada e esculachada”, por suspeita de fraude.

“Fui retirada do banco Itaú pela Polícia Civil. Humilhada e esculachada por minha conta receber um bom dinheiro. E segundo eles, é fraude e mais várias coisas. Meu dinheiro está preso e eu quase fui presa por nada!!!!!! Não é porque eu sou preta e humilde que eu sou criminosa!!!”, publicou a empresária. “Itaú, e seus funcionários, racistas ou não? Preconceituosos ou não? Me fizeram esperar até o banco fechar, dizendo que estavam resolvendo meu problema e chamaram a polícia??????”, protestou.

Lorenna contou que foi a uma agência no bairro da Penha, na zona Norte do Rio de Janeiro, para desbloquear um cartão e sacar 1.500 reais. Segundo ela, as funcionárias acharam que as movimentações financeiras em sua conta eram suspeitas.

“Eu fui ao banco tirar um dinheiro e desbloquear um cartão, porque perdi cartão e o outro não chegou na minha casa. Eu tive que ir lá buscar. Chegando lá, deu que estava bloqueado. Aí elas (as funcionárias) começaram a falar ‘ah, o banco pode achar que é fraude, que você é laranja’ e me deixaram lá esperando’”, afirmou ela.

Ela diz que, em seguida, as funcionárias disseram que só faltava “mais 15 minutinhos” para o problema ser resolvido. Então, três policiais apareceram e Lorenna foi levada para a delegacia, sem receber maiores explicações ou avisos.

“Elas [as funcionárias] estavam falando que ‘entrou uma quantidade de dinheiro e a gente não sabe de onde vem’. Eu fiquei sem entender. Eles começaram a cochichar, os funcionários do banco começaram a me olhar. Eu não estava entendendo. A funcionária falou para a gente esperar um pouco e saiu. Ela não voltou mais, quem voltou foi a Polícia Civil. Três policiais falando para eu ir para a delegacia”, disse.

Ela narra que, ao chegar à delegacia, apresentou sua carteira de identidade e o policial falou que “era quase impossível” saber se a foto era real, porque seu cabelo estava liso na imagem. O PM teria dito ainda que ela deveria jogar sua carteira fora e fazer outra com seu cabelo natural. “Se é uma pessoa branca que tem o cabelo alisado e depois deixa encaracolar, ninguém faria isso”.


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