IPATINGA – Com o objetivo de resgatar a história do episódio que ficou conhecido como Massacre de Ipatinga, integrantes do Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço, militantes dos movimentos populares, estudantes e trabalhadores realizaram na tarde de ontem (07) um ato em memória dos trabalhadores assassinados em 1963.
A atividade, realizada em frente ao “Monumento à Resistência e à Luta dos Trabalhadores” instalado na Praça da Bíblia, no Centro de Ipatinga, contou com a presença de Marilene Tuler, historiadora e autora do livro “Massacre de Ipatinga – Mitos e Verdades”, e de Rossi do Nascimento, filho do fotógrafo José Isabel do Nascimento, assassinado no Massacre.
Resgate
“O Massacre de Ipatinga era um assunto proibido. Não se falava sobre o episódio. Hoje as escolas de Ipatinga já abordam o tema em sala de aula”, lembra a escritora Marilene Tuler, que considera fundamental resgatar a memória para que cada vez mais pessoas possam conhecer a história e entender como foi construído o silêncio que por anos permeou as relações na cidade de Ipatinga.
A historiadora também apontou a proximidade entre as datas do Massacre de Ipatinga (07/10/63), do Golpe Civil-Militar (1º/04/64) e da Emancipação Política das cidades de Ipatinga e Timóteo (29/04/64), como um dos arranjos planejados pelo então governador Magalhães Pinto. “Governador que, apesar de ter deixado a cidade de Coronel Fabriciano sem duas importantes indústrias, foi homenageado intitulando uma das principais ruas da cidade. É justamente no final dessa avenida que meu pai foi enterrado”, afirma Rossi do Nascimento.
Exatamente com esse argumento, integrantes do Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço e militantes dos movimentos populares destacaram durante o ato a importância de projetos que tentam modificar o nome de ruas, avenidas e logradouros públicos que prestam homenagem “aos algozes do povo”.
No final da atividade os presentes fizeram a chamada das vítimas do Massacre de Ipatinga e registraram o compromisso de em todo dia 07 de cada mês continuar realizando intervenções no Monumento, como tem acontecido desde a sua instalação, em 18 de outubro do ano passado.
