Policia

Associação do câncer (AAPEC) tenta se reerguer após escândalo

Entidade funciona na rua Machado de Assis no bairro Cidade Nobre

IPATINGA – A 10ª Promotoria de Justiça de Ipatinga enviou para a 1ª Vara Criminal nesta sexta-feira (12) a sugestão do nome de uma pessoa que irá gerir e administrar a Associação de Assistência às Pessoas com Câncer (AAPEC). O nome não vai ser revelado até que tenha sido nomeado pelo juiz. Mas o promotor de justiça Francisco Ângelo Assis garantiu que o profissional é especialista na área contábil e administrativa.
“Tivemos um critério muito rigoroso para escolha do nome, e assim que nomearmos iremos reestruturar a AAPEC ou até mesmo pensar em outra entidade para geri-la com transparência, porque têm pessoas que eram assistidas pela associação e que não podem ficar sem esse apoio”, explicou o promotor.

ESTELIONATO
Na última terça-feira (9) o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu um forte esquema fraudulento dentro da entidade. Oito pessoas foram presas temporariamente acusadas de desviarem verbas de doações e convênios para enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e estelionato. Automaticamente os dirigentes e pessoas que prestavam serviços para a AAPEC foram afastados.

A entidade funciona no bairro Cidade Nobre e atualmente conta com dois motoqueiros responsáveis por recolher as doações, uma assistente social, uma secretária e um farmacêutico, mas todos sem poder de decisão. “Essas pessoas também foram vítimas de toda a situação. E acreditamos que nem sempre a entidade agiu desta forma. Os administradores que foram presos não têm como voltar mais para a associação”, disse.

As prisões foram realizadas nos locais onde a AAPEC possui CNPJ: Ipatinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e Viçosa. Segundo a promotoria existem doadores em mais de 100 cidades em torno das principais, e aquelas pessoas que dependem da associação contam com os valores doados.

RESSABIADOS
Após a descoberta do esquema, muitas pessoas se mostraram revoltadas e passaram a ter medo de fazer doações, sejam elas para a própria AAPEC ou para qualquer outra entidade que depende de recursos financeiros. Em uma rede social, Maria Cristina Gomes, 37 anos, disse que contribuiu por quase seis anos acreditando que estava ajudando às pessoas que precisam. “Revoltante tudo isso que ocorreu. Passei anos da minha vida crendo que estava ajudando pessoas vítimas do câncer, sendo que na verdade estavam se aproveitando da situação. Não sei o que fazer de agora para frente”, postou.

A aposentada Gláucia Ferreira, 74 anos, disse que sempre colabora doando dinheiro para outra instituição que também conta com doações da comunidade, mas que por causa da situação envolvendo a AAPEC o filho dela está temeroso. “Agora ele não quer que eu continue com as minhas doações, achando que todas são iguais. Eu não penso assim e quero continuar ajudando”, afirmou.

ROMBO
O grupo que investigou a AAPEC ainda não sabe dizer o valor do rombo. A informação que os investigadores conseguiram colher é que a arrecadação mensal chega a R$1 milhão de reais. Na tarde passada, o promotor de justiça afirmou que somente com o tempo é que será possível somar o prejuízo aplicado pelos golpistas.

Estão presos temporariamente Zilma Ferreira da Silva, a presidente da AAPEC; o filho dela Eduardo Silva de Souza e Dafny Domingos, proprietária da Global Telemarketing e Gestão Empresarial, que prestava serviços para a AAPEC. Outros 5 suspeitos de envolvimento também foram presos.


Zilma, a presidente, o filho dela Eduardo e Dafny eram os principais responsáveis pela Associação

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