Policia

Após 8 anos, polícia mantém sigilo sobre a Chacina de Belo Oriente

Comitê Rodrigo Neto

BELO ORIENTE – Um ano após o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte assumir as investigações sobre a “Chacina de Belo Oriente”, nenhum andamento processual foi dado sobre o caso de acordo com o site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O caso foi repassado à Polícia Civil da capital mineira após a morte do jornalista Rodrigo Neto, que cobrava incansavelmente por resposta por mais este crime, que dizimou uma família de forma violenta.
Os autos tramitam na Comarca de Açucena e de acordo com os dados do TJMG o processo foi remetido à Polícia Civil de Belo Oriente no dia 29 de julho de 2013. Desde 2006, quando as mortes ocorreram, o caso é tratado como procedimento comum na justiça, ou seja, ninguém sequer foi indiciado pela polícia e denunciado pelo Ministério Público.

SIGILO
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil em Belo Horizonte, o delegado do DHPP responsável pelas investigações Alexandre Oliveira da Fonseca afirmou que o caso de Belo Oriente nunca foi arquivado e que as investigações prosseguem em sigilo. Por telefone o Chefe do DHPP Vagner Pinto reforçou o silêncio sobre as investigações do caso. “A única coisa que podemos dizer que está sendo investigado, mas, não posso colocar tudo a perder com informações sobre o que está sendo feito”, enfatizou.

A CHACINA
Há oito anos acontecia em Belo Oriente um dos crimes mais bárbaros da história do Vale do Aço: uma chacina que tirou a vida de três pessoas de uma mesma família e que até hoje permanece sem elucidação.
Foram assassinados Terezinha Caetana Batista Gomes, 46 anos, o filho dela, Paulo Felipe Cândido Alves Ferreira, de 16 anos, e o genro, Heraldo Ciro de Souza, 25 anos. Todos dormiam no momento em que a residência foi invadida por cinco homens armados que dispararam contra os moradores.
Os únicos sobreviventes da matança foram Ana Cláudia Cândido, que estava grávida à época e uma criança de cinco anos de idade, que a avó teve tempo de esconder no armário, antes de ser morta.
Os três mortos eram respectivamente, mãe, irmão e cunhado de Juliano Batista Ferreira, que meses antes havia tirado a vida do detetive da Polícia Civil Lahyre Paulinelli. Após uma discussão com o investigador, Juliano procurou o policial em sua casa e efetuou quatro tiros contra o detetive. Depois do crime, Juliano fugiu, mas, sua família passou a ser retaliada.

PERSEGUIÇÃO
O primeiro indício de perseguição aconteceu três dias após a morte de Lahyre, quando o pai, a mãe e a irmã de Juliano foram internados com um quadro de intoxicação alimentar provocada por veneno de ratos. De acordo com testemunhas, momentos antes da internação, policiais estiveram na casa de Juliano à sua procura.
Coincidentemente, após um mês do assassinato de Lahyre, o irmão mais novo de Juliano, Paulo Felipe, sofreu uma tentativa de homicídio no Centro de Belo Oriente, ocasião em que foi alvejado por dois tiros, mas, sobreviveu.
Juliano foi encontrado no fim de 2005 (antes de sua família ser dizimada). E mesmo com a prisão do acusado pela morte do detetive, as retaliações contra a família não terminaram. No início de janeiro de 2006, outro irmão de Juliano, Jardel Cândido Alves Ferreira, foi assassinado por dois homens encapuzados quando estava em um bar. Já no dia 14 do mesmo ano viria a acontecer o episódio mais trágico desta história: a chacina.

NOTA

A poucos dias do Júri Popular, o Comitê Rodrigo Neto, retoma vários casos (com atualizações) para os quais o jornalista cobrava justiça e elucidação. A atitude combativa e investigativa incomodou os envolvidos e foi a principal razão de seu assassinato. Rodrigo Neto foi morto no dia 8 de março de 2013, no bairro Canaã.

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