Policia

Agente penitenciária é acusada de tráfico

CRÉDITO: Bell Silva / O Popular

DA REDAÇÃO – A Polícia Civil de Nova Era prendeu a agente penitenciária Elaine Christina Barbosa Ferreira, de 37 anos, suspeita de levar drogas e celulares para dentro da cadeia pública do município. As informações são do jornal “O Popular”, de João Monlevade.

A Polícia Civil de Nova Era chegou à agente penitenciária por meio de investigações coordenadas pelos delegados Bernardo de Barros e João Otacílio. Foi expedido um mandado de busca e apreensão pela Justiça e após a posse do documento, a PC montou a operação Suapaz.

Na manhã desta terça-feira, policiais civis compareceram à residência de Elaine Christina, na rua Rio Novo, bairro das Graças. Após buscas no local foram apreendidas 28 buchas de maconha, seis papelotes de cocaína, cinco celulares e cartas com os nomes de vários detentos, que seriam entregues na cadeia de Nova Era.

Segundo a polícia, o material estava dentro de uma caixa, devidamente embalado. A PC informou ainda que os produtos apreendidos tinham acabado de chegar à casa da agente.

CARTA DE ALERTA

A Polícia Civil, que teve acesso às cartas, relatou que em uma delas o detento alertava Elaine Christina. Ele a orientou a não confiar em alguns de seus colegas de cela e disse que muitos deles sabiam que ela transportava drogas e celulares dentro das caixas de lanche. Já em outra carta que a PC teve acesso o preso pediu dois celulares e combinou de fazer o pagamento durante a noite.

A Polícia Civil passou a investigar o caso após o aumento de apreensões de celulares e drogas na cadeia do município. No momento em que ocorria uma denúncia de que telefones teriam sido enviados para dentro da cadeia, eram realizadas buscas minuciosas em todas as celas, e sempre o número de aparelhos aumentava. Na última, foram encontrados cinco aparelhos.

HAMBÚRGUERES
De acordo com a polícia, a entrada de celulares e drogas ocorria sempre durante os plantões da agente, dentro de caixas de hambúrgueres que eram solicitados por ela. A suspeita começou quando os policiais iniciaram o monitoramento da quantidade de caixas vazias do sanduíche que eram encontradas no lixo, ao final de cada plantão, quando Elaine trabalhava.

Ainda segundo a polícia, somente Elaine e mais um policial militar trabalhavam no turno da noite na cadeia, o que não condiz com o número de caixas encontradas. Segundo Bernardo de Barros, Elaine sempre solicitava os lanches no mesmo estabelecimento, local onde trabalha a esposa de um preso.

PROPOSTAS
Uma testemunha contou para a polícia que ouviu diversas vezes sua vizinha conversando com o namorado dela que está preso e que, durante a conversa, teria ouvido a mulher citar o nome de Elaine, como sendo quem teria enviado o celular dele, dentro de um colchão. O aparelho foi apreendido durante uma busca realizada nas celas.

Elaine trabalhava na unidade prisional desde dezembro de 2013. Ao ser questionada, ela negou as acusações e disse que tudo foi montado para incriminá-la, mas confessou que já recebeu diversas propostas de presos para cometer o crime, quando lhe eram oferecidos valores de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Porém nunca teria aceitado as propostas

ARMAÇÃO
“Eu só sei que isso foi armado pra mim; já recebi diversas propostas de preso para levar drogas e celulares, falei com meu diretor na época. Levaram esta droga lá em casa e falaram que uma tal de Lena teria mandado, quem é essa Lena?”, indagou Elaine.

De acordo com a polícia, informações davam conta de que o material seria entregue na manhã desta terça-feira na residência da agente e que ele seria levado aos detentos na cadeia entre quinta e sexta-feira, desta semana.

Segundo o delegado Bernardo de Barros, a polícia não tem dúvidas da participação da agente no envio de celulares e drogas para dentro da cadeia da cidade. Ele ainda explicou que por Elaine ser uma agente penitenciária, apesar de contratada do Estado, ela tem direito de ficar em um presídio especial até a conclusão das investigações.

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