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Aê Bolsonaro, meu voto é seu, ô ladrão

Assaltantes de “La Casa de Criciúma” tripudiam de Bolsonaro enquanto enchem as burras

(*) Fernando Benedito Jr.

Circula nas redes sociais cenas do recente assalto em Criciúma. Enquanto limpam os cofres do Banco do Brasil na cidade em Santa Catarina, curiosamente, um dos redutos da extrema direita no País, no espetacular assalto que está sendo comparado ao do seriado La Casa de Papel, os assaltantes, que fugiram jogando dinheiro para o alto – num ato de menos desapego do que tem demonstrado Sérgio Moro e Deltan Dallagnol -, tripudiam do governo Bolsonaro. Difícil saber se os vídeos são reais, mas são ilustrativos da vergonhosa política de segurança prometida e não entregue pelo governo Bolsonaro, que vem sendo achincalhado pelo chamado Novo Cangaço, sob o olhar embasbacado e boquiaberto dos implacáveis filhos de Januário e seu infalível Plano de Segurança.

Enchendo o embornal de dinheiro, um dos bandidos diz, diante do cofre detonado:

– Olha a essa hora da madrugada e nóis [viemos] trabalhar na construtora.

Outro emenda:

– Aê Bolsonaro, meu voto é seu, ô ladrão.

Diz um terceiro:

– É nóis, ô comédia.

–  Vou votar em você Bolsonaro – continua o bandido politizando o ato, apoiando o presidente que o deixa agir livremente.

– Uahhaa ai, ai ai – extasia-se um deles diante do cofre abarrotado.

– É dinheiro que não acaba mais.

– Ave Maria!

Um deles chama pra ir embora, que o tempo está acabando.

– Ô vamos encerrar por aí porque temos que …

Alguém protesta com sons inaudíveis.

– Então vamo arrancá mais…

– Aê Bolsonaro, sei que você é ladrão, mas vou votar em você, filho da puta – diz o ladrão direitista, sob protestos do companheiro:

– O Lula tem que ganhar de novo, pô.

Fuzis AK-47, pistolas automáticas, metralhadoras e outros artefatos são exibidos à exaustão pelos bandidos, assim como gostam de fazer os filhos atiradores do presidente e ele próprio, todos defensores do armamento da população. Neste sentido, a política do governo, conforme o previsto, deu certo. A população, claro, conforme o previsto, segue desarmada, desamparada e insegura, sob o fogo cerrado dos bandidos, das milícias e das forças de segurança.

Depois de Ourinhos, era de se esperar que em pouco tempo as polícias militares, federal, o exército, dessem uma resposta a estes ataques cinematográficos. Diante da inércia e da incompetência do governo, mandaram ver em Criciúma e Cametá. A nova modalidade criminosa está avançando rápido, já o combate à criminalidade e as políticas de segurança pública, conforme o esperado, vai na direção contrária.

Bom, mas tiraram o PT, que, se tudo der certo, vai ser culpado pelo assalto.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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