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Acusado de matar Marielle aparece em imagem ao lado de Bolsonaro

(DA REDAÇÃO) – Depois de aparecer em uma fotografia ao lado de um dos milicianos acusados de matar a vereadora Marielle Franco, o presidente Jair Bolsonaro, subitamente virou defensor dos direitos humanos e disse que quer saber quem foi o mandante do crime. Crítico do vitimismo e do mi-mi-mi, Bolsonaro comparou o caso de Marielle ao seu e disse que também quer saber quem mandou matá-lo, mas minimizou o envolvimento dos ex-policiais no crime.  Na operação deflagrada na manhã de hoje foram presos o policial militar reformado Ronie Lessa e o ex-policial Elcio Vieira de Queiroz, que foi expulso da Corporação. Lessa foi preso no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Na foto que circula na rede social, Jair Bolsonaro aparece com a parte de cima da imagem cortada, ao lado do outro miliciano, o sargento Élcio Vieira Queiroz – de novo o Queiroz.

Condomínio onde Lessa foi preso e Bolsonaro tem casa: preços de moradias variam de R$ 1,5 a R$ 4,5 milhões

OUVIU FALAR

Ao comentar a prisão dos policiais, o presidente tentou minimizar o resultado das investigações. “Espero que realmente a apuração tenha chegado de fato a quem foram os executores, se é que foram eles, e a quem mandou matar”, disse, ao fim de uma reunião bilateral com o presidente paraguaio, Mario Abdo, no Palácio do Planalto.

“É possível que tenha um mandante [do assassinato da vereadora]. Eu conheci a Marielle depois que ela foi assassinada, não conhecia ela apesar de ela ser lá com o meu filho [o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ)] no Rio de Janeiro”, disse o presidente.

Em seguida, Bolsonaro lembrou da tentativa de assassinato à faca da qual foi vítima em setembro de 2018, durante ato de campanha em Juiz de Fora. “E também estou interessado e

em saber quem mandou me matar”.

Sobre a foto que circula nas redes sociais, Bolsonaro disse que aparece em muitas fotos ao lado de policiais. “Eu tenho foto com milhares de policiais civis e militares, com milhares, do Brasil todo”, justificou.

NADA ENCERRADO

A Polícia Civil do Rio de Janeiro classificou os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes como um “crime que foge à regra”. O delegado Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios, disse que as prisões dos suspeitos de serem o atirador e o motorista do veículo, efetuadas hoje, são apenas a “primeira fase” das investigações. Segundo ele, a motivação ainda não foi elucidada. “Nada está encerrado”, disse o delegado.

Giniton afirmou que Lessa fez pesquisas sobre personalidades de esquerda, entre elas, a vereadora carioca. Os investigadores identificaram, a partir de uma análise telemática, que ele tinha “obsessão” por militantes de esquerda

“O perfil dele revela uma obsessão para determinadas personalidades que militam à esquerda política. Uma obsessão por essas personalidades que nessa análise você percebe ódio, você percebe desejo de morte. Não é ódio político. Você percebe alguém capaz de resolver uma diferença da forma como foi o caso Marielle”, afirmou o delegado.

O PERIGO MORA AO LADO

Apesar da proximidade de Lessa com Bolsonaro e Queiroz, o fato de ser vizinho de Lessa e de Carlos Bolsonaro e a vereadora assassinada serem antagonistas na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o delegado Giniton Lages, afastou ligação entre a família do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o policial militar reformado Ronnie Lessa, preso hoje suspeito de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes. Lessa mora no mesmo condomínio onde Bolsonaro tem casa no Rio de Janeiro.

“O fato de ele [Lessa] morar no condomínio do Bolsonaro não diz muita coisa, não, para a investigação da Marielle”, disse Lages. “Nós imaginávamos que esse link fosse feito, mas ele não tem uma relação direta com a família Bolsonaro.” O delegado indicou que o tema deverá ser “enfrentado no momento oportuno”.

O policial reformado foi preso em sua casa, no condomínio Vivendas Barras, que tem pelo menos 50 casas e fica localizado em uma avenida na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Os imóveis à venda no local variam de R$ 1,5 milhão a R$ 4,5 milhões, e têm entre três a cinco quartos. O aluguel no local costuma variar entre R$ 5.000 a R$ 10 mil.

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