Cidades

Vital Engenharia reduz prestação de serviços e mantém demissão

Em setembro do ano passado, a empresa viveu a mesma situação e garis foram colocados de aviso prévio

 

IPATINGA – A Vital Engenharia Ambiental suspendeu parte dos serviços prestados no município nesta segunda-feira (2). De acordo com a empresa, somente a coleta do lixo domiciliar e hospitalar, além do aterramento desses resíduos, será realizada. Por outro lado, a concessionária deixará de oferecer varrição de rua, limpeza de boca de lobo e coleta de entulho, que serão suspensas devido à falta de pagamento da Prefeitura Municipal de Ipatinga.
Na semana passada, a empresa havia anunciado que o prazo para que a Prefeitura negociasse a dívida de R$ 20.571.751,75, referente aos meses de março a setembro de 2011 e janeiro a abril deste ano venceria no dia 30 de junho. Como a PMI não acenou com nenhuma possibilidade concreta de negociação junto à empresa, para não correr risco de repassar as dificuldades aos seus funcionários, a Vital optou por fazer demissões e, consequentemente, diminuir a prestação de serviços na cidade.

DEMISSÕES
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Turismo do Vale do Aço (Seethur), Geraldo Julião Magela, 300 funcionários da empresa foram colocados de aviso prévio. “A Vital vai ter que demitir muita gente porque a empresa não tem mais condições de pagar esses funcionários, já que não está recebendo da Prefeitura. Foram 300 funcionários colocados em aviso prévio remunerado. São todos pais de família que estão desesperados e ainda não estão acreditando que a situação está se repetindo”, lamentou Geraldo.
Em setembro do ano passado, a empresa viveu a mesma situação. Na época, o Governo Robson propôs escalonar o pagamento. A dívida girava em torno de R$ 10 milhões. Porém, o acordo não foi cumprido. “A empresa teve que demitir as pessoas no ano passado, mas depois que o acordo foi firmado, no final de dezembro, a Vital readmitiu cerca de 80 funcionários. E isso foi feito confiando que a PMI ia pagar a dívida e a parcela mensal do contrato, mas isso não aconteceu. E as demissões são necessárias mais uma vez”, explicou o presidente do Seethur.

REUNIÃO
No último dia 26, o sindicato recorreu ao Ministério Público do Trabalho para tentar solucionar a situação. Mas, de acordo com informações do Seethur, a Prefeitura Municipal de Ipatinga foi convidada para participar do encontro, mas não enviou nenhum representante.
Sendo assim, nenhum acordo pôde ser firmado entre as partes envolvidas. A PMI informou que a notificação não chegou à Procuradoria Geral a tempo para a participação do representante da administração municipal na audiência pública de terça-feira (26).
A versão foi contestada por Geraldo Julião. “Avisamos a eles da reunião e eles sabiam da importância desse encontro. Mas soubemos que o procurador disse que não estava autorizado a participar”, disse.

PREFEITO
O sindicato alega ter dificuldades para chegar até o prefeito Robson Gomes (PPS) e resolveu recorrer à Câmara de Ipatinga para facilitar o encontro. “Ninguém consegue falar com o prefeito, é mais fácil nós do Sindicato conseguirmos falar com a Dilma do que com o prefeito. Ele é muito importante, mas ele só não paga as dívidas, não paga nem os serviços essenciais. Estamos tentando marcar uma reunião na Câmara para que eles nos ajudem a chegar até o prefeito”, declarou.

FOCO
A Prefeitura realizou uma reunião no último dia 28 e a Vital Engenharia Ambiental não compareceu. Geraldo disse estar surpreso com as notícias fornecidas pela PMI. “Eles queriam discutir com a empresa problemas de 2004, mas isso é coisa passada. O que a Prefeitura quer é mudar o foco. Eles deveriam pagar pelo menos o que devem e depois cuidar das coisas passadas”, considerou.


O presidente do Sindicato, Geraldo Julião,
reclama da dificuldade de ter acesso ao prefeito

Empresa diz que lamenta a situação
Ipatinga
– A Vital Engenharia Ambiental enviou uma nota ao DIÁRIO POPULAR lamentando as demissões e justificando a ação. A empresa afirmou que em março deste ano solicitou à PMI uma solução para os pagamentos em atraso, que além de março a setembro de 2011, incluía agora os pagamentos por serviços executados nos meses posteriores a outubro do ano passado. “Outra vez a Prefeitura reafirmou suas dificuldades para liquidar suas obrigações, se comprometendo, desta feita, a equacionar os valores em atraso. Sem cumprir, reiteradamente, os compromissos assumidos, nos dirigimos mais uma vez à PMI na data de 14 de maio de 2012, quando sequer apresentou alternativa para liquidação dos débitos”, dizia a nota.
Sobre as demissões, a concessionária informou que estão passando por um momento delicado. “Contra nossa vontade, mas tendo em vista a redução dos serviços, procederemos com a demissão de cerca de 300 colaboradores no dia 02 de julho de 2012, pagando, mesmo sem receber, todos os direitos trabalhistas a que fizerem jus em vista da demissão. Neste difícil momento, se solidariza com os colaboradores que serão afastados e conta com a compreensão da população para as medidas adotadas, que se apresentavam como única alternativa, na esperança de que uma solução imediata seja adotada, impedindo que outras ações de maior gravidade tenham de ser tomadas”.

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