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Vereadora de Porto Alegre sofre ataque racista e registra BO

Foto: Movimentação de plenário. Na foto, vereadores Jonas Reis, Daiana Santos e Laura Sito com um dos cartazes que os manifestantes contra o “passaporte vacinal” seguravam nas galerias. (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

“Tu é minha empregada”, disse manifestante antivacina a vereadora negra durante sessão da Câmara de Porto Alegre

PORTO ALEGRE (DO UNIVERSA) – A vereadora de Porto Alegre Bruna Rodrigues (PCdoB) registrou um boletim de ocorrência por racismo após ter sido chamada de “lixo” e de “empregada” por uma mulher branca durante sessão da Câmara de Vereadores da capital gaúcha na quarta-feira (20). Estava em pauta a votação sobre o veto do prefeito Sebastião Melo (MDB-RS) ao projeto que criaria o passaporte da vacina.

Segundo relato de Rodrigues em conversa com Universa, um grupo de manifestantes antivacina se acomodou no plenário para acompanhar a votação. Em dado momento, um homem levantou um cartaz com uma suástica nazista e, na sequência, foi solicitado pelo presidente da sessão, vereador Idenir Cecchim (MDB-RS), que ele e os outros integrantes do grupo fossem retirados do local. Sem sucesso, pediu que todo mundo saísse do plenário.

“Começou um empurra-empurra, eu e outras colegas da bancada negra fomos saindo e, de repente, essa mulher se virou para nós e começou a nos chamar de ‘lixo'”, conta Rodrigues. “Havia outros integrantes da oposição ao nosso redor, mas ela só olhava e apontava para nós, negras. Respondi dizendo que era uma vereadora eleita, e ouvi que era ‘empregada’ dela.” Em vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ouvir a mulher chamando Rodrigues e outras colegas parlamentares de lixo e, comprovando seu relato, ela aponta para a vereadora e diz: “Tu é minha empregada”. “Nem eu nem ninguém ali somos empregados. Somos representantes eleitos pela população. Mas, na hora em que ela olhou para mim e disse isso, com raiva, me dei conta do que estava acontecendo”, diz a parlamentar. “Ela queria dar um recado, foi como se dissesse: ‘Esse lugar, o plenário, a tribuna, não é teu’. A sociedade quer ver as mulheres negras só no lugar de quem serve”, diz a parlamentar, que ainda afirma ter visto a mesma pessoa passando o dedo indicador sobre a pele do braço, mostrando ser branca.

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