Cidades

Vale explica risco em Barão de Cocais e diz que monitora Gongo Soco 24 horas

(DA REDAÇÃO) – Diante do iminente rompimento da barragem da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, a Vale publicou em seu site a informação de que a Cava da Mina vem sendo monitorada 24 horas por dia de forma remota, com o uso de radar e estação robótica capazes de detectar movimentações milimétricas da estrutura, além de sobrevoos com drone. “O vídeo-monitoramento é feito em tempo real pela sala de controle em Gongo Soco e no Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) – quatro equipamentos estão localizados na sala de controle em Gongo Soco e outros dois no CMG”, garante a empresa.

Segundo a companhia, “de acordo com os dados atuais de monitoramento pelo radar instalado na cava, existe a possibilidade de deslizamento do talude norte da cava, que está localizada a 1,5 km da barragem Sul Superior. O monitoramento via radar e estação robótica nesta estrutura, porém, não traz evidência de processo de deformações na barragem”.

“Não há elementos técnicos até o momento – prossegue o comunicado – para se afirmar que o eventual escorregamento do talude Norte da Cava da Mina Gongo Soco, paralisada desde 2016, desencadeará gatilho para a ruptura da Barragem Sul Superior. Mesmo assim, a Vale está reforçando o nível de alerta e prontidão para o caso extremo de rompimento. A barragem Sul Superior está em nível 3 desde 22 de março”.

Conforme o informe, a Vale tem mantido as comunidades locais informadas sobre a situação do talude da Mina Gongo Soco e iniciou a divulgação, por rádio local, sobre o simulado de emergência que acontece no sábado (18), às 15h, com moradores da Zona de Segurança Secundária (ZSS) de Barão de Cocais. A distribuição de informativos impressos (panfletagem) foi realizada na tarde de sexta-feira (17).

ZONA DE AUTOSSALVAMENTO

A Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem Sul Superior – comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo – já havia sido evacuada preventivamente em 8 de fevereiro, totalizando 458 pessoas realocadas. Estas comunidades foram acolhidas em moradias provisórias alugadas pela Vale, hotéis, pousadas da região e casa de familiares, respeitando a vontade de cada um.

TALUDE

O site da Vale especificamente sobre a situação em Barão de Cocais traz ainda uma série de informações sobre o eventual processo de rompimento da barragem. Uma das informações é sobre o talude em vias de ruptura.

A companhia explica que “talude é um termo técnico genérico para designar qualquer superfície inclinada que delimita uma massa de solo, rocha ou outro material (minério, escória, estéril, lixo etc). Taludes podem ser naturais, também chamados de encostas – quando são formados pela natureza sem interferência humana – ou artificiais – formados por aterros ou modificados por obras. No caso da mina, taludes são terrenos inclinados que dão sustentação à cava”.

“Assim que identificou movimentação no talude Norte, na cava da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), paralisada desde 2016, a Vale informou imediatamente as autoridades competentes e vem tomando uma série de medidas necessárias para informar a população s obre a situação na cava e na barragem Sul Superior, que fica aproximadamente a 1,5 km de distância do talude”, adianta a empresa.

“Cabe ressaltar – sustenta a Vale – que não há elementos técnicos para se afirmar que o eventual escorregamento deste talude desencadeará gatilho para a ruptura da barragem Sul Superior. Mesmo assim, a Vale está reforçando o nível de alerta e prontidão para o caso extremo de rompimento. A cava e a barragem são monitoradas 24h por dia.

NÍVEL DE SEGURANÇA

Ainda segundo ao Vale, “a barragem Sul Superior está em nível 3. A Vale vem mantendo interlocução com as comunidades, prefeituras, defesas civis, empresas e demais órgãos competentes da região”.

Em 8 de fevereiro, cerca de 400 pessoas da Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem – comunidades de Piteiras, Socorro, Tabuleiro e Vila do Gongo – já haviam sido removidas preventivamente e foram acolhidas em moradias provisórias alugadas pela Vale, hotéis, pousadas da região e casa de familiares, respeitando a vontade de cada um.

A empresa realizou simulados de emergência com moradores da Zona de Segurança Secundária (ZSS) dos municípios de Barão de Cocais (25/3), Santa Bárbara (29/3) e São Gonçalo do Rio Abaixo (3/4). Foram instalados sete pontos de encontro em Barão de Cocais com funcionamento 24 horas por dia.

MEDIDAS DE CONTENÇÃO

Como parte de ações preventivas de engenharia, a Vale iniciou, no dia 16 de maio, a terraplenagem para construção da contenção em concreto localizada a 6 km à jusante da barragem Sul Superior, em Barão de Cocais. Além dessa estrutura, que fará a retenção de grande parte do volume de rejeitos da barragem Sul Superior em caso de rompimento, a Vale está realizando intervenções de terraplenagem, contenções com telas metálicas e posicionamento de blocos de granito.

Essa obra atuará como barreira física no sentido de reduzir a velocidade de avanço de uma possível mancha, contendo o espalhamento do material a uma área mais restrita. O objetivo é reduzir os possíveis impactos às pessoas e ao meio ambiente no cenário extremo de um rompimento da estrutura.

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