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UNE defende revisão da política de drogas

RIO – A revisão da política de drogas e desmilitarização da Polícia Militar (PM)  são medidas necessárias para atender às revindicações por direitos da juventude brasileira. As propostas foram apresentadas no 6º Diálogo Nacional da Juventude, parte da programação da 9ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizada no Rio de Janeiro. O tema do diálogo foi “O direito à cidade, ao território e às políticas públicas”. O secretário nacional de Juventude, Gabriel Medina, participou do encontro.

Durante o debate os jovens voltaram a classificar como ineficientes as leis atuais, que definem como crime a produção, a venda e o porte de drogas. Na avaliação deles, a chamada “guerras às drogas” traduziu-se no “principal vetor de violência contra a juventude” e em altos índices de mortalidade de jovens, especialmente negros, em áreas mais pobres. Outro problema é a concepção de tratamento, que acaba levando à internação das pessoas, prática já condenada.

O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ladislaw Dowbor, presente ao evento, acrescentou que a atual política de drogas, além de resvalar na parte mais fraca,  favorece apenas os operadores do esquema em larga escala. “A droga não é um problema do morro. É um problema dos grandes bancos que lavam dinheiro, dos grandes fornecedores de armamento, dos atacadistas das drogas e do sistema policial que vive de propina”, criticou.

Paralelamente, os jovens avaliaram que é preciso discutir um novo modelo para a polícia militar, além de aprovar o Projeto de Lei 4.471/12, que determina investigações rigorosas para mortes e lesões corporais decorrentes de ações policiais.

“Não há como enfrentar o extermínio da juventude negra sem tratar da desmilitarização da polícia”, disse Rodrigo Mesquita, representando a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).  Ele disse ainda que a reforma das corporações deve incluir  uma reconfiguração da “própria noção da segurança pública”.

Para os jovens do campo, o estudante Régis Piovesan, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), também cobra mais oportunidades e políticas públicas, principalmente para as mulheres. As atuais condições, explica, retiraram as jovens do interior do país. “Observamos um processo de envelhecimento e masculinização do campo, principalmente pela saída das jovens, que migraram em busca de melhores oportunidades de educação e cultura”, alertou.

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