Policia

‘Tiliza’ é condenado a 19 anos por homicídio em 2012

(Crédito: Arquivo DP)

FABRICIANO – Foi condenado na madrugada desta quarta-feira (24), um dos traficantes mais temidos do bairro Caladão, em Coronel Fabriciano. Elizeu Paulino da Costa, 28 anos, conhecido como “Tiliza”, vai cumprir pena de 19 anos e oito meses por um homicídio ocorrido em 2012. Ele está preso acusado de tráfico de drogas.
Elizeu foi indiciado no inquérito por homicídio triplamente qualificado – por meio cruel, fútil e de forma que dificultou a defesa da vítima. Ele respondeu também pelo crime de coação à principal testemunha.

A sessão do júri teve inicio às 9h de terça-feira e terminou nos primeiros minutos de ontem. O julgamento foi presidido pelo juiz Vitor Luiz de Almeida, tendo como representante da acusação a promotora Juliana da Silva Pinto.

Segundo consta a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP), Elizeu Paulino foi quem matou Veridiano Monteiro Júnior, 14 anos. No dia 25 de janeiro daquele ano, a vítima foi encontrada em uma estrada vicinal que dá acesso à região dos Cocais, em Coronel Fabriciano. O corpo apresentava oito perfurações provocadas por tiros de pistola semiautomática calibre 380 – na mão direita, no antebraço esquerdo, na nuca e nas costas.

CONTEXTO
Conforme a promotoria, o adolescente tinha acabado de chegar à região do Vale do Aço. Elizeu e o irmão Eliel Paulino acharam que Veridiano tinha vindo da Bahia para matá-los. No dia do crime os dois pegaram Veridiano e o colocaram em um Gol placa GUK-1431, saindo com ele e perguntando a populares se alguém o conhecia. Depois disso, o menor foi encontrado morto na estrada de terra.

A principal testemunha do caso, uma mulher que teria dado abrigo ao menor, acabou deixando a região na época por ter sido ameaçada por “Tiliza”. Ela prestou depoimento depois de entrar no Programa de Proteção à Testemunha e foi ouvida por meio de carta precatória em outra cidade.

SENTENÇA

Durante os debates entre a defesa e a promotoria, Kaster Lúcio, advogado de Eliseu, sustentou a inocência do réu. De acordo com a defesa, “Tiliza” afirmou desconhecer a vítima e garantiu que não era traficante de drogas, somente usuário.

Os advogados alegaram deficiência de provas e pediram a absolvição do acusado. A promotora de Justiça manteve as qualificadoras. O Conselho de Sentença foi unânime em reconhecer todas as qualificadoras no assassinato e ainda levou em conta o crime de coação feito contra a principal testemunha.

Na primeira fase da votação dos quesitos, o juiz fixou a pena em 16 anos e seis meses. Na segunda parte, os jurados consideraram que Elizeu é reincidente em prática criminosa e houve um aumento de mais dois anos na pena.
Pelo crime de coação à testemunha, “Tiliza” foi condenado a um ano de prisão. Com exceção do crime de ameaça (regime semiaberto), o réu vai responder inicialmente em regime fechado.

Em conversa com a reportagem do DIÁRIO POPULAR, o advogado Kaster Lúcio informou que vai entrar com o pedido de anulação do julgamento, tendo em vista que a decisão dos jurados vai de encontro com as provas dos autos.

“Tenho cinco dias para recorrer e vou entrar com o pedido dentro do prazo para fazer a anulação do julgamento. Não há provas que condenem Elizeu. Ele não conhecia a vítima e tem também o fato do Kleber que, na época do crime, era adolescente e confessou que matou Veridiano. Há uma pessoa que assumiu a autoria do crime e mesmo assim condenaram meu cliente”, relata a defesa.

Jurados não acreditam em outra versão para o crime

À época do crime os irmãos Elizeu e Eliel foram presos pela Polícia Militar por força de mandados de prisão, acusados de matar Veridiano. Ficaram alguns dias presos em Coronel Fabriciano mas foram soltos depois que Kléber Rodrigo do Carmo, então menor de idade, assumiu o homicídio. Ele esteve ontem durante o julgamento e reafirmou ser o assassino de Veridiano.

Na época da confissão de culpa, o menor disse teria cometido o crime “Sim senhor, fui eu que matei. Ele (a vítima) bateu na minha cara e desacreditou da minha palavra. Eu falei que ia matá-lo e ele não acreditou. Tudo isso porque cismou que eu estava olhando para mulher dele (…) eles (Elizeu e Eliel) são inocentes. Não conheço os dois, mas eles não têm nada a ver com esse homicídio”, reforçou o rapaz, que tinha então 17 anos.

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