Policia

Testemunha de acusação contra soldado Victor é morta a tiros

IPATINGA – O mototaxista Welington Silva Profeta, 28, foi assassinado na manhã desta terça-feira (27) em seu local de trabalho, na avenida Galileia, bairro Canaãzinho. O crime foi registrado por volta das 7:00h e, até o momento, não existem suspeitos.

Segundo informações da Polícia Militar, testemunhas disseram que o homicídio foi cometido por dois homens que chegaram no local em um Fiat Strada. Eles desceram do veículo e atiraram contra Welington. A perícia da Polícia Civil constatou 15 perfurações no corpo do rapaz e recolheu quatro projéteis na cena do crime.

VEÍCULO
A motivação e autoria do crime ainda permaneciam um mistério até o fechamento desta edição. Contudo, a PM recebeu duas informações distintas sobre o carro usado no crime.

A primeira dava conta de que o veículo teria placas de Belo Horizonte e a segunda informou que o carro seria de Governador Valadares. As duas denúncias, ambas anônimas, foram relatadas no boletim de ocorrência e serão investigadas pela delegacia de Homicídios da cidade. O delegado Eduardo Carvalho, que irá presidir o inquérito, informou que as investigações serão iniciadas ainda nesta quarta-feira (28).

PASSADO
Segundo a PM, Profeta tinha uma passagem pela polícia por uma tentativa de assassinato registrada em 2007, em Ipatinga, e também respondia a um processo na Justiça por um homicídio qualificado ocorrido em 2009, no bairro Vila Celeste, na mesma cidade.

De acordo com colegas de trabalho, Profeta, como era mais conhecido, trabalhava há pouco tempo no ponto de mototáxi, era um homem tranquilo e nem comentava sobre ameaças recebidas. Ele deixou esposa, com quem havia se casado há três meses, e dois filhos.

TESTEMUNHA

Welington Profeta era irmão de Cleidson Mendes do Nascimento, o Cabeça, assassinado a tiros também no bairro Canaãzinho, em setembro de 2011. Segundo investigações da Polícia Civil, o crime teria sido cometido pelo soldado da Polícia Militar Victor Emmanuel Miranda de Andrade e seria uma queima-de-arquivo, já que Cabeça era testemunha chave de um outro assassinato onde Victor também figura como acusado: o do comerciante Ricardo Souza Garito, morto em 2007, no mesmo bairro.

A vítima era testemunha de acusação no processo da morte do irmão. Em outubro do ano passado, a primeira audiência judicial do caso foi cancelada devido a uma denúncia de ameaça contra a família de Profeta. Na época, a mãe do rapaz chegou a afirmar para os presentes: “Eles vão matar meu filho”.

REPRESENTAÇÃO
Na ocasião, a mãe fez uma representação junto ao Ministério Público informando que havia sofrido ameaças. Após o episódio, a PM abriu um inquérito policial militar para apurar os fatos e o Programa de Proteção à Testemunha do Governo do Estado ofereceu incluir Profeta no quadro de protegidos, mas o rapaz recusou a ajuda.

No final do ano passado, a Justiça determinou que Victor Emmanuel fosse levado a júri popular pela morte de Cleidson. A defesa do militar, contudo, recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em Belo Horizonte, e não há data marcada para que Victor seja julgado. Atualmente, ele se encontra preso no batalhão da Polícia Militar em Belo Horizonte.


Colegas de trabalho limpam sangue da cena do crime

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