Cidades

Tempo fecha na Câmara de Ipatinga

Os vereadores Sebastião Guedes, Ley do Trânsito, Robberto Carlos e Lene Teixeira

IPATINGA – A Câmara Municipal de Ipatinga teve ontem uma tumultuada reunião marcada por discursos de críticas e em defesa do governo municipal. A polêmica começou em torno do parecer do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que foi contrário ao projeto que previa a criação de emendas impositivas feitas pelos vereadores no Orçamento Municipal, defendida pelos parlamentares da oposição Ley do Trânsito e Roberto Carlos, que se revezaram na tribuna com críticas que foram rebatidas pela vereadora Lene Teixeira (PT) e pelo presidente da Casa, Sebastião Guedes, também do PT. O parecer do TJMG, contrário às emendas impositivas, acabou sendo aprovado por 15 votos contra 3. O principal item da pauta de ontem era a segunda votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Na abertura da sessão de ontem, o vereador petista Agnaldo Bicalho leu uma carta dos professores aposentados que estão sem receber os salários de novembro, dezembro e o 13º salários. Em seguida, o vereador Fabinho leu o parecer de inconstitucionalidade do TJMG sobre as emendas impositivas.

A leitura do documento deu o mote para que o vereador Ley do Trânsito fosse à tribuna e criticasse os vereadores da base de apoio ao governo. “Se esquecem de que estão aqui para fiscalizar o Executivo”, disse. “Defendemos as emendas impositivas de pequenas obras para que elas sejam realmente feitas”, defendeu Ley.

O vereador Roberto Carlos, referindo-se ao vereador petista Saulo Manoel, que não estava na reunião, também foi à tribuna para lembrar que o Projeto Minha, Casa, Minha Vida, tinha sido retirado do Orçamento do próximo ano. “Se o governo faz isso com vereador aliados, imagina com os da oposição”, criticou, lembrando que seus requerimentos não foram respondidos.

JOGUETE
Indignada com as várias críticas feitas logo no início da sessão, a vereadora Lene Teixeira disse que “essa história de emenda impositiva nada mais é do que joguete e tentativa de pressionar o governo, e que nada de concreto traz para a população”. Ela lembrou que está sendo votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem, que contempla questões mais urgentes e prioritárias. “Tem aqui o pessoal brigando para receber o salário que lhe pertence e é uma das metas prioritárias do governo. A LDO prevê o pagamento de encargos sociais, inclusive benefícios dos aposentados e pensionistas, como a complementação. São metas que devem ser cumpridas em 100%”, reforçou a vereadora.

DEMAGOGIA
O presidente da Câmara Sebastião Guedes, também em tom de indignação saiu em defesa do governo. “A demagogia tem limite. O vereador Ley [doTrânsito] vem aqui com arrogância, criticar o governo, como se fosse o sujeito mais honesto deste país. Vossa Excelência vem falar de governo mentiroso, desonesto, mas Vossa Excelência não tem moral para falar sobre isso. Responde na justiça por improbidade quando esteve na presidência da Câmara Municipal. Não jogue pedra porque Vossa Excelência tem telhado de vidro”.
Do Plenário Ley rebateu, gritando: “Vossa Excelência também responde a processo na Justiça”.

Ainda em defesa da administração municipal, Guedes foi enfático: “Este governo tem todos os defeitos, mas desonestidade não existe. Desafio que provem que haja, como houve em governos anteriores que estes mesmos vereadores defendiam. Vêm aqui com esse blá-blá-blá, mas não provam nada. Vossa Excelência não tem legitimidade, faz apenas demagogia barata”, arrematou Guedes.

SEM PALAVRA

Em seguida o vereador Roberto Carlos pediu a palavra e o vereador Nilton Manoel disse que ele deveria declinar o tema sobre o qual falaria. Roberto Carlos se recusou a declinar o tema e a palavra lhe foi negada. Guedes retomou a condução da sessão e ordenou que o microfone do vereador fosse cortado. Mais uma vez o tempo fechou.
O clima tenso perdurou até o fim da sessão, quando o vereador Jadson Heleno falava da tribuna e foi interrompido por conversas paralelas do vereador Juarez Pires contra Roberto Carlos. Como numa desavença de bar, vereadores de um e outro lado quase saíram no tapa, mas o entrevero foi contornado e a sessão foi encerrada, sem que os nobres edis entrassem em vias de fato.

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