Nacionais

SUS amplia acesso a tratamento de linfoma

RIO – Pacientes de linfoma não Hodgkin de células B folicular terão, a partir deste ano, a opção terapêutica do anticorpo monoclonal rituximabe pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em primeira e segunda linhas (quando a doença resiste ou retorna após o primeiro tratamento com outro medicamento).

O Ministério da Saúde ampliou o uso desse medicamento, que antes era garantido apenas para o tratamento do tipo mais agressivo da doença (linfoma difuso de grandes células B), que corresponde a 30% de todos os linfomas. O rituximabe é usado durante a quimioterapia porque destrói as células defeituosas e aumenta a sobrevida dos pacientes. A doença provoca a multiplicação e o acúmulo de linfócitos, principalmente nos gânglios linfáticos, causando dores, inchaço e febre.

A medida vai beneficiar cerca de 1,5 mil pessoas e o custo anual na compra do medicamento alcançará R$ 28 milhões, com redução de R$ 10,9 milhões na aquisição do produto, após negociação do governo com o fabricante.

DEMORA
O diretor da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Carlos Sérgio Chiattone, elogiou a iniciativa, mas lamentou a demora na introdução do medicamento. “Acho meritório que o governo tenha introduzido o medicamento no SUS, mas o rituximabe, que é uma droga muito eficaz, é usado há mais de uma década para a expressiva maioria dos linfomas em vários países”, disse o médico, ao comentar a Portaria 63, publicada no Diário Oficial da União de 30 de dezembro passado, que incorpora o medicamento ao SUS.

“Além disso, há ainda um período de 180 dias a partir da publicação da medida [para que entre em vigor], fora todo o tempo demandado para o SUS garantir e disponibilizar a tecnologia para a população”, lamentou. O prazo de 180 dias é necessário para o Ministério da Saúde definir a forma de compra do produto, que pode ser centralizado, sob responsabilidade do governo federal ou descentralizado, com subsídios a estados e municípios.

COMUM

Chiattone explicou que o linfoma folicular é um dos subtipos mais comuns do linfoma não Hodgkin e representa cerca de 20% de todos os casos de linfoma. “São mais de 40 tipos de linfoma e a grande revolução é associar a quimioterapia convencional a novas modalidades de tratamentos mais específicas no ataque às células cancerosas”, disse o hematologista. Segundo ele, o rituximabe aumenta a taxa de cura em mais de 15% para os pacientes do tipo mais agressivo do linfoma não Hodgkin.

INTERNAÇÕES
Em 2012, cerca de 12 mil pessoas foram internadas em hospitais do SUS para tratamento de linfoma (custo de R$ 18,1 milhões), sendo mais de 1,5 mil pacientes com linfoma não Hodgkin folicular (custo de R$ 1,6 milhão). Em 2011, 3.737 pessoas morreram em decorrência do linfoma, 115 delas pelo tipo folicular.

De acordo com o ministério, o rituximabe está entre os dez medicamentos mais solicitados na Justiça e, desde 2011, o SUS atendeu a 86 processos, no valor de R$ 3 milhões. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que 10 mil pessoas desenvolvem algum tipo de linforma todos os anos no Brasil.

LABORATÓRIOS

Em junho do ano passado, o ministério anunciou parceria para a produção de seis medicamentos biológicos para tratamento do câncer, entre eles o rituximabe. A parceria prevê a transferência de tecnologia para três laboratórios públicos (os institutos Vital Brasil, Biomanguinhos e Butantan). Em cinco anos, eles vão dominar a cadeia produtiva do rituximabe e passarão a produzir o medicamento com menor custo. A expectativa é que, em cinco anos, a produção nacional do medicamento gere economia de R$ 85,3 milhões aos cofres públicos.

Diagnóstico e tratamento do câncer de tireoide têm diretrizes
BRASÍLIA
– Uma portaria do Ministério da Saúde publicada ontem (7) no Diário Oficial da União estabelece o protocolo clínico e as diretrizes para o tratamento do carcinoma diferenciado da tireoide ou câncer da tireoide – tipo de câncer do sistema endócrino de maior prevalência no mundo.

O texto estabelece critérios de diagnóstico, tratamento e mecanismos de regulação, controle e avaliação a serem utilizados pelas secretarias de Saúde dos estados e dos municípios.
“Os gestores estaduais e municipais do SUS [Sistema Único de Saúde], conforme a sua competência e pactuações, deverão estruturar a rede assistencial, definir os serviços referenciais e estabelecer os fluxos para o atendimento dos indivíduos com a doença em todas as etapas descritas no anexo desta portaria.”

Ainda de acordo com o texto, é obrigatória a cientificação do paciente ou do responsável legal em relação aos potenciais riscos e efeitos colaterais relacionados ao tratamento preconizado para o carcinoma diferenciado da tireoide.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com