Cidades

Simões pede ao Ministério Público para investigar corrupção na polícia

Chico Simões pediu agilidade na investigação das denúncias contra policiais civis do município

 

FABRICIANO – Diante das denúncias de corrupção feitas contra a Polícia Civil de Coronel Fabriciano, o prefeito Chico Simões (PT) esteve na tarde de quinta-feira (8) na Procuradoria Geral de Justiça, em Belo Horizonte, onde protocolou um pedido de providência para apuração dos fatos divulgados na imprensa regional.
Um esquema de corrupção envolvendo pessoas ligadas à área de segurança pública, incluindo o delegado regional da Polícia Civil, João Xingo, foi relatado pelo delegado aposentado e presidente da Câmara do município, Francisco Pereira Lemos, na última quarta-feira (7).
“Diante da gravidade dos fatos, fomos até a procuradoria para termos brevidade no esclarecimento e soluções o mais rápido possível. A nossa intenção é que a justiça inocente quem for inocente e castigue drasticamente quem for culpado”, falou.
As Polícias Civil e Militar de Coronel Fabriciano instauraram internamente investigações paralelas para também apurar o caso da suposta tortura que originou as denúncias.
Simões lembrou que entre as denúncias feitas pelo presidente do Legislativo está o recebimento de propina, que era dividida “entre os chefes”.
“Como não abriram nomes, não sabemos a quem ele estava se referindo, se era ao secretário de Estado de Defesa Social ou até mesmo ao governador. A procuradoria tem a competência para investigar crimes cometidos por pessoas do primeiro escalão do governo estadual, incluindo o comando da PM e da PC. Então cabe a ele filtrar as informações prestadas diante dessa representação”, explicou o prefeito.
Caso não seja comprovada a participação de superiores no suposto esquema de corrupção, a procuradoria vai encaminhar o pedido de providências para o Ministério Público do município.
O procurador Luiz Gustavo Gonçalves prometeu ao chefe do Executivo que, caso fosse necessário, a Procuradoria-Geral enviaria mais profissionais ao Ministério Público de Coronel Fabriciano para dar apoio à investigação diante da gravidade dos fatos.
“Vamos somar às duas investigações que já correm internamente. As pessoas estão inseguras e o ambiente criado contribuiu para aumentar a criminalidade. O nome do nosso município já foi estampado em vários lugares como a cidade do interior com o maior índice de crimes violentos do estado”, disse.

COMISSÃO
Por entender a apuração das denúncias também na esfera legislativa, Chico Simões repassou ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado estadual Durval Ângelo (PT), as denúncias feitas pela imprensa regional.
“Colhemos vários materiais e entregamos também ao deputado, pois entendemos que a segurança é obrigação do governo estadual e a Assembleia é responsável por fiscalizar os atos do Estado”, falou.

TORTURA
O fato desencadeador da crise entre as polícias foi uma suposta tortura sofrida pelo soldador Natanael Alves de Abreu, 25 anos, no dia 5 de fevereiro. Inicialmente, o rapaz disse ter sido agredido por policiais militares, que chegaram a ser indiciados pela Polícia Civil de Fabriciano.
Mas o homem acabou mudando a versão da história contada inicialmente e afirmou, ao lado de Lemos, que foi obrigado por policiais civis do município a sustentar a versão de tortura.
“Gostaria que isso não fosse confundido ou entendido como fato político. As denúncias são sim caso de polícia e de segurança pública, para que se restabeleça a segurança em Coronel Fabricano. Chega de violência”, desabafou Simões.

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