Cidades

Servidores em estado de greve

Helenir de Lima, presidente do Sintserpi, diz que a categoria está disposta a paralisar os serviços a partir da semana que vem

 

IPATINGA – Depois de três encontros frustrados com representantes do governo Robson Gomes (PPS), o Sindicato dos Servidores Municipais de Ipatinga (Sinsterpi) oficializou na manhã de ontem o estado de greve do funcionalismo público municipal.
De acordo com a presidente do sindicado, Helenir de Lima, durante a assembleia com a categoria realizada na noite de terça-feira o servidores deliberaram pela paralisação das atividades em vários setores, inclusive na área da saúde.
“Caso a Administração não apresente uma contraproposta satisfatória até o dia 5 de março (segunda-feira), já fica notificado que a categoria deflagrará greve geral por tempo indeterminado, a partir do dia 6 de março, terça-feira”, informou o ofício entregue ao procurador Heyder Torre na manhã de ontem (29).
O comunicado é uma determinação legal, que determina que a entidade patronal deve ser comunicada 48 antes da decisão da greve.
“Nossa esperança é que até sexta-feira alguma novidade seja proposta pela Prefeitura. Tentamos avançar na última oferta de reajuste feita pela Administração. Mas eles nos pediram uma nova proposição e nós apresentamos a nossa pauta de reivindicações da campanha salarial deste ano, que inclusive protocolamos em novembro de 2011”, falou.
Uma nova assembleia com os servidores públicos foi agendada para a próxima segunda-feira (5), momento em que os rumos da greve geral devem ser decididos.
“Vamos mobilizar toda a categoria para termos uma grande adesão. Percebi que os servidores estão mais participativos nas assembleias. Então as nossas chances de conseguir valorização para o trabalhador são grandes”, comentou Helenir.

ENCONTROS FRUSTRADOS
Desde o início da semana, os representantes do Sintserpi estiveram na Prefeitura três vezes para reuniões com os secretários municipais. Na segunda-feira (27), o encontro foi às 17h. Já na reunião de terça (28), marcada para acontecer às 13h, os diretores do sindicato esperaram por mais de três horas pelos secretários, que não apareceram.
No segundo encontro, os sindicalistas tiveram que se contentar com uma reunião no corredor da secretaria de Administração. O secretário da pasta acabou não recebendo os representantes.
Por isso, um novo encontro foi marcado para ontem de manhã. Como naquele momento os trabalhadores já tinham deflagrado o estado de greve, o sindicato apenas protocolou o documento.
A pauta de reivindicações do Sintserpi pede que nenhum trabalhador no serviço público municipal receba salário inferior a R$ 750, isso para qualquer jornada de trabalho e aumento do auxílio alimentação para R$ 200, entre outros pontos.

ADESÃO
A possível greve anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Ipatinga (Sintserpi), caso a Prefeitura não ofereça uma nova proposta de aumento salarial, já ganhou adesão. A conversa que se ouve entre os servidores é a mesma: todos concordam com a paralisação dos serviços.
É o caso do eletricista Matusalém Martins: ele disse ser a favor da greve, pois acredita que a PMI tem condições de aumentar a proposta de reajuste para os servidores. “Existe uma lógica na nossa reivindicação, que é a de que o governo municipal tenha consciência da nossa situação e nos ofereça um aumento melhor. Hoje todos sabem que tem funcionários públicos ganhando menos que um salário mínimo. E enquanto o governo não entender a nossa necessidade, há uma hipótese e uma evidência de greve sim”, garantiu.
Ainda segundo ele, um economista indicado pelo Sintserpi avaliou as condições reais que a PMI dispõe para oferecer um aumento salarial aos servidores. “O sindicato tem um economista que está trabalhando há dois meses e foi comprovado que a Prefeitura tem condições de nos dar aumento de até 14%. E não esse mínimo que eles estão oferecendo, e ainda dividido em parcelas. Isso que eles estão fazendo é um abuso com os servidores”, concluiu Matusalém.

JORNADA MENOR

Mesmo com a possibilidade de paralisação, a proposta de revisão da carga horária das auxiliares de serviços de escolas municipais e unidades de saúde vai ser testada pelo sindicato. As equipes pilotos começam a trabalhar em caráter experimental hoje. As escolas que cumprem regime de 30 horas semanais são as escolas municipais do Game, Nelcina Rosa e Arthur Bernardes.
A última redução na jornada foi feita em 2009 e beneficiou as atendentes de consultório odontológico, auxiliares de enfermagem e os fiscais de postura. “Agora pretendemos estender esse benefício para os oficiais da Secretaria de Obras, técnicos de segurança do trabalho e de análises clínicas”, disse o Sintserpi.

 

Governo afirma que negociações estão avançando
Ipatinga
– A negociação da campanha salarial de 2012 dos servidores da Prefeitura de Ipatinga está avançando. Essa é a informação repassada pelo Governo Robson à imprensa. Segundo a nota da Administração, nesta quarta-feira (29), secretários municipais e dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos (Sintserp) se reuniram para tratar de diversos itens da pauta. As discussões têm avançado e todos os levantamentos pertinentes já foram feitos. Nos últimos três anos, os servidores de Ipatinga tiveram cerca de 30% de reajuste.
A administração municipal tem se pautado na legalidade e se preocupa em não ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), além de avaliar a situação econômica, tendo em vista uma queda aproximada de R$ 30 milhões do ICMS que ocorreu em 2011. A LRF limita o gasto das prefeituras com a folha de pagamento em 54% da receita.
Ao final da reunião, segundo a PMI, ficou decidido que a administração vai encaminhar até a próxima sexta-feira (2) uma nova proposta ao sindicato.

 

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