Cidades

Sérgio Leite vê equilíbrio em Trump, critica China e admite posição reativa em acidentes

Durante Di@logos Usiminas, encontro virtual com a imprensa, presidente da Usiminas fala sobre economia, resultados das empresas do grupo, investimentos, acidentes e eleição de Joe Biden

(DA REDAÇÃO) – O presidente da Usiminas Sérgio Leite participou nesta terça-feira (10) de mais uma rodada do Di@logos Usiminas, série de encontros virtuais com a imprensa, abordando diversos temas. Após uma explanação sobre os resultados da Usiminas no 3º trimestre, Leite falou sobre economia, meio ambiente, resultados das empresas do grupo, investimentos, a eleição do democrata Joe Biden como novo presidente dos EUA e as relações comerciais com o Brasil. Ao “Diário Popular”, respondeu ainda sobre acidentes na área da siderúrgica em Ipatinga.

ELEIÇÃO NOS EUA

“A eleição americana é importante porque impacta diretamente o cenário mundial e tudo indica que Joe Biden será empossado em 1º de janeiro”, disse Leite, que tem se manifestado claramente a favor do presidente Jair Bolsonaro, desde a campanha eleitoral. O governo brasileiro mantém um alinhamento incondicional a Donald Trump, em quem se inspira, embora não tenha obtido nenhuma conquista significativa nas relações comerciais com os EUA durante seu governo – inclusive no setor siderúrgico. Ainda que aposte na investidura de Joe Biden, Sérgio Leite, ainda não parece dar a eleição por encerrada. “Independentemente de quem vença as eleições, o importante é que haja equilíbrio. Trump buscou esse equilíbrio”, disse Leite, que colocou em pauta guerra comercial entre EUA e China.

Ele manifestou sua preocupação com os investimentos da China na área militar e de produção de armamentos. “Precisamos de um mundo livre, onde possamos ir e vir, onde possamos circular livremente”, disse, salientando que as barreiras comerciais e a mão de obra barata da China, por exemplo, não contribuem para o equilíbrio no mercado mundial do aço.

ACIDENTES

Indagado se o recente acidente no Alto-Forno 1 – cuja entrada em operação foi marcada pela visita do presidente Jair Bolsonaro a Ipatinga -, dois anos após a explosão do gasômetro, mesmo sendo situações imponderáveis, não poderiam ser evitadas com medidas preventivas e menos reativas, Sérgio Leite foi taxativo:

– Nossa atuação é sempre no sentido de prevenção – afirmou, enfatizando que os altos-fornos são equipamentos complexos, diferentemente de outros setores da siderúrgica como a aciaria e laminação. “Uma ação agora, demora algumas horas de resposta”, disse ele, admitindo que, sim, a resposta da Usiminas foi reativa: “Trabalhamos para prevenir a ocorrência de incidentes, mas, sim, comunicamos de forma reativa. Mas é inevitável”, reiterou lembrando que através de canais com a comunidade, como o “Fala Aí, Comunidade”, a empresa tem procurado alertar para a ocorrência de ruídos, emissões de fumaça e outros eventos.

Cerimônia de Retomada do Alto-forno 1 da Usina de Ipatinga/Usiminas. Foto: Marcos Corrêa/PR

EMPRESAS

Durante o Di@logos Usiminas, Leite falou sobre as empresas do grupo Usiminas e salientou os resultados da Mineração Usiminas que teve resultados positivos e recordes de Ebtida no 2º e 3º trimestres e foram carro-chefe do faturamento do grupo; ao contrário da siderurgia que teve resultado negativo no 2º trimestre. Já quanto a Usiminas Mecânica, Sérgio Leite disse que após a reestruturação a empresa entra em nova era. “Em junho foi iniciada a reestruturação e agora a Usiminas Mecânica é uma nova empresa, com um novo CEO, Fernando Mazzoni. “O foco agora é prestar serviço para empresas da própria Usiminas, principalmente para a Usiminas Siderurgia”, disse o executivo, lembrando eu a empresa participa da construção do novo gasômetro.

EMPREGO

Mesmo apostando na retomada do desenvolvimento econômico e do Produto Interno Produto (PIB), Sérgio Leite descartou a possibilidade de geração de novos empregos na atual conjuntura. “No momento estamos com as equipes equilibradas. O desenvolvimento econômico e a produção siderúrgica caminham lado a lado. Se o Brasil crescer, se o consumo de aço aumentar e a economia se desenvolver, aí, sim, poderemos gerar novos empregos, mas por enquanto estamos com a nossa força-de-trabalho equilibrada, pontou, salientando que essa é a vontade: “gerar empregos que tenham contribuição social, mas isso depende do crescimento da economia”.

Segundo Leite, nos últimos 40 anos o consumo per capita do aço no Brasil continua no limite de 100 kg por habitante/ano. “Nos países desenvolvidos o consumo per capita é de 200, 300 kg por habitante/ano. Um caso excepcional é a Coréia onde o consumo per capita chega a 1000kg per capita em função das exportações da indústria automotiva, naval e da construção civil”, comparou.

GASÔMETRO E ALTOS-FORNOS

Quanto aos investimentos e manutenção de equipamentos da siderúrgica de Ipatinga, Sérgio Leite disse que o novo gasômetro deverá ser concluído no primeiro semestre de 2021. Não há previsão para a religação do Alto-Forno 2, que está desativado, e cujo retorno das operações deverá ser decidido no próximo ano, ainda sem data definida. Já o alto-Forno 3 deverá entrar em reforma em 2022, com uma parada de 110 dias, que deverá ser concluída em setembro daquele ano. “O projeto segue normal e o cronograma de desembolso também”, adiantou Leite.

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