Cidades

Seminário mostra avanços na proteção às mulheres vítimas de violência em Ipatinga

IPATINGA – A data de 25 de novembro foi instituída mundialmente como o Dia da Não-Violência Contra a Mulher. O auditório do Hospital Municipal de Ipatinga, no bairro Cidade Nobre, recebeu dezenas de mulheres, da sociedade civil, além de representantes do Ministério Público, profissionais das Secretarias Municipais de Assistência Social e Saúde e Polícias Militar e Civil para o 1º Seminário voltado para esta conscientização.

Durante a abertura do evento, a secretária Adjunta de Assistência Social, Cláudia Castro, destacou a importância das instituições e equipamentos de assistência trabalharem organizados em rede, para continuar viabilizando acolhimento, atendimento e alternativas de proteção à vida de mulheres em risco no município.

DADOS

Em sua apresentação, o capitão PM Lindon Jhonson elencou dados atualizados pela Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), uma equipe especializada em intervenções de conflitos familiares, que busca coibir reincidências de crimes: 27% das ocorrências policiais referem-se a crimes de agressão; 66% acontecem entre parentes e as vítimas são mulheres; 67% das agredidas preferem não acionar a Polícia Militar.

“Para que a mulher consiga sair da situação de violência, rompendo com este ciclo, é preciso muito apoio, uma vez que, na maioria dos casos, as dependências emocional e financeira são fatores que contribuem para que ela sinta medo de realizar a denúncia formal da violência que sofreu e constantemente sofre”, detalhou o oficial.

Durante os 18 anos em que se manteve casada, Ruteneia Sarmento conviveu com situações de violência verbal, física e patrimonial

TESTEMUNHO

Durante os 18 anos em que se manteve casada, a dona de casa Ruteneia Sarmento conviveu com situações de violência verbal, física e patrimonial provocada pelo seu ex-marido, conforme testemunhou.

“Eu tinha muito medo de procurar a Polícia e a violência dentro da minha casa aumentar. Tinha medo da justiça não ser feita e eu ficar mais vulnerável, a ponto de ser morta por ele. Mas, quando eu resolvi levar adiante, após a primeira denúncia, entendi que precisava focar em preservar a minha vida. Foi quando conheci os profissionais da Prefeitura, no CREAS, que me encorajaram a não parar com o trabalho de romper com o ciclo de violência que havia contra mim. Ao acessar esse serviço, descobri outros equipamentos de assistência que me ajudaram a ver hoje a justiça feita com meu ex-marido preso na cadeia de Ipaba”, contou.

ASSISTÊNCIA

Atualmente, a Prefeitura de Ipatinga, através do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), assiste mais de 50 mulheres no município em situação de violência. Uma equipe multiprofissional realiza acolhimento, atendimento e acompanhamento deste público com o objetivo de fazê-las superar a violência sofrida, assim como romper com o ciclo.

O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, na rua Pouso Alegre, no centro da cidade. Nos últimos três anos, a Seção de Vigilância Epidemiológica de Ipatinga contabilizou também um aumento no número de casos: em 2016, foram 405 notificações de violência contra mulheres; em 2017, um total de 427 e, até o momento em 2018, nada menos que 485.

 

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com