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Sem demanda, Usiminas desliga altos-fornos em Ipatinga e Cubatão

IPATINGA – A Usiminas fez um comunicado ao mercado e aos acionistas sobre o desligamento temporário dos altos-fornos nº 1 de Cubatão e Ipatinga, conforme decisão da diretoria em reunião realizada na última segunda-feira (18). Os equipamentos serão desligados a partir de 31 de maio e 04 de junho de 2015, respectivamente.

“Com isso, a produção de ferro gusa da Companhia será reduzida em aproximadamente 120 mil toneladas por mês. Tal ajuste visa a adequar a produção ao atual ritmo de demanda do mercado siderúrgico, trazendo oportunidades de redução de custo e melhoria da competitividade da Usiminas no atual cenário de mercado”, diz o comunicado.

QUEDA NO CONSUMO

Conforme a Usiminas, um dos motivos para a medida, que afetará drasticamente a economia da cidade, é que embora o consumo aparente de aços planos no Brasil trenha começado este ano (1º trimestre) melhor do que o final de 2014 (4º trimestre) – um aumento de 7% -, com a deterioração da economia, a curva se inverteu e o Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou que o consumo deve fechar 2015 com uma queda de 6% frente a 2014. A siderúrgica avalia que já há sinais claros de que esta estatística será revisada em breve, mas para pior: a queda poderá ser de mais de 10%.

SEM DEMANDA
Esta queda reflete a demanda fraca do mercado. O setor automotivo, que é o destino de 1/3 das vendas internas da Usiminas, começou o ano prevendo produzir mais 4% em relação a 2014. Mas as perspectivas pioraram e, agora, o setor prevê produzir menos 10%. Para se ter uma ideia da dimensão da crise, as montadoras registraram de janeiro a abril a pior produção de veículos dos últimos oito anos, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

DISTRIBUIÇÃO
Outro setor importante para a Usiminas é o de distribuição, onde os reflexos negativos da economia também são sensíveis e levam a companhia a tomar a decisão de desligar os altos-fornos. Em novembro o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA) previa para 2015 crescimento de 2%, passou para os atuais 5% de queda, mas já afirmou que terá que ajustar esse dado para mais de perto de 10% de queda.

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