Policia

Sem confrontos, PM desocupa área particular no Esperança

(Crédito: Patricia Belo)

 

IPATINGA – A Polícia Militar, cumprindo uma ordem judicial, deflagrou nesta quinta-feira (11), por volta das 7:00h, uma operação para desocupação de áreas invadidas, em um terreno da antiga Construtora Martins e Klein, no bairro Esperança. Os militares foram chamados para auxiliar os oficiais de justiça na reintegração de posse do terreno.

A reintegração de posse, segundo a Polícia Militar, foi realizada de forma pacífica e sem confrontos. Homens com ajuda de maquinários destruíram paredes e retiraram cercas e algumas casas de alvenarias, em seguida passaram recolhendo os escombros.

As 15 famílias que ocupavam as terras desde janeiro deste ano saíram do local sem entrar em confronto com a polícia. A área ocupada totalizava cerca de 10 mil metros quadrados e era localizada na rua Hortênsia.

EM ORDEM
De acordo com o comandante do 14º Batalhão, Edvânio Carneiro, a situação estava sob controle. “É lógico que temos um foco de insatisfação por parte das pessoas que estão desocupando o imóvel, porém, não está ocorrendo nenhuma resistência. É natural que tenhamos um grande aparato policial, porque precisamos manter o controle, e garantir que a ordem judicial possa ser cumprida”, afirmou Edvânio, adiantando que a PM irá monitorar a área retomada para evitar novas invasões.

Além da Polícia Militar, também esteve no local dando apoio aos trabalhos, o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Defensoria Pública de Minas Gerais e a Promotoria de Direitos Humanos do Ministério Público acompanharam a desocupação.

INSATISFAÇÃO
Mesmo sem resistência, as famílias que estavam nas terras não ficaram satisfeitas com a desocupação. A autônoma Mônica Maria Bonifácio disse que já tinha construído o barraco para morar, e que agora não tem para onde ir. “Nessa casa vivemos eu, marido, filho, nora e meus três netos pequenos; para onde vamos agora? É muito fácil vir aqui e pedir para desocupar. Essas terras não são usadas há mais de 20 anos, por que somente agora que viemos para cá, o dono resolveu aparecer?”, indaga a desapropriada, com indignação.

Maria do Carmo Reis também está morando no local, há oito meses e conta que somente foi para área de ocupação depois que teve sua casa condenada pela Defesa Civil.

“Ninguém escolhe morar em terras de ocupação, as pessoas vêm para cá no momento de desespero. Tenho minha casa, mas não posso morar nela, porque a Defesa Civil pediu que saíssemos dela no fim do ano passado. Agora, como eu não tenho para onde ir, vou voltar a morar na minha casa. O problema é que com período de chuva ninguém dorme, com medo de acontecer uma tragédia”, conta.

DEFESA
O advogado de defesa dos desapropriados, Alexandre Magno Ferreira Ramalho, informou que protocolou na Câmara dos Vereadores de Ipatinga um apelo de cunho social para as 15 famílias.

Ramalho explica que fará um pedido para que o município garanta o aluguel social de ocupantes em situação de vulnerabilidade, ou ainda a instalação dessas pessoas em terreno público do município, por um período temporário.

O advogado explica também que no dia 15 de maio, uma decisão liminar, expedida pelo juiz de Direito Thiago Grazziane Gandra, concedeu um período de 15 dias para que parte das famílias deixasse o terreno privado. A defesa explica que somente três pessoas foram citadas.

“Realmente eles receberam a decisão da liminar, mas só deixaram o local as três pessoas que foram citadas, as demais permaneceram. Entretanto, a jurisprudência entende que uma vez citadas duas ou três pessoas a regra vale para todas, mas acredito que eles não entenderam dessa maneira e permaneceram no local”, finalizou o advogado de Alexandre Magno.

GOVERNO
A reportagem do DIÁRIO POPULAR entrou em contato com a Prefeitura de Ipatinga, e questionou se a Administração irá intervir a favor dessas famílias, porém o órgão não respondeu o pedido de nota. Segundo a Assessoria de

Comunicação, via telefone, anteontem as profissionais da assistência social, por meio do CRAS, estiveram na área invadida e conversaram com as famílias.

De acordo com a assessoria, foram feitos levantamentos de cada família e que muitas delas já participam do programa Bolsa Família. Daqui para frente será feito um estudo individual para direcionar cada uma delas aos programas de benefício do Governo Federal.

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