Policia

Seguro motivou morte de gerente no Bela Vista

Wallace foi baleado seis vezes: cinco no tórax e uma próximo à orelha

 

IPATINGA – A morte de Walace Junio das Graças, gerente de um restaurante japonês, custou R$ 1,2 mil para sua esposa Naysa Nelle, de 32 anos, e seu amante Cleidionei Ferreira Dorneles, 30 anos, pagos em prestações ao menor executor do homicídio.

As investigações foram coordenadas pelo delegado Rodrigo Manhães de Oliveira, que durante entrevista à imprensa realizada na tarde de ontem (7), na sede do 12° Departamento de PC, no bairro Iguaçu, forneceu os detalhes de como o crime foi desvendado. O motivo do crime seria o seguro feito pela vítima em nome da esposa e dos filhos.

A apresentação do casal foi acompanhada pelo delegado regional Gilberto Simão, titular da Delegacia Regional de Ipatinga, e pelo chefe do departamento da PC, delegado José Walter.
O homicídio foi cometido na noite de 18 de dezembro, quando Walace seguia junto com sua esposa, no carro da família, pela avenida Vinte e Seis de Outubro, sentido à rua Itabira , no bairro Bela Vista.

As diligências apontaram que Naysa e Cleidionei foram os mandantes do crime, e ainda que um menor conhecido do amante foi o autor dos seis tiros que mataram a vítima. Além de pagar pela execução de Walace, os mandantes articularam toda a logística para a concretização do homicídio.

Naysa foi presa em sua residência no bairro Bom Jardim, na manhã de quinta-feira, por uma equipe da PC. Já Cleidionei foi detido em Ouro Branco durante a madrugada. Uma equipe de Ipatinga esteve no município e, com a ajuda da Polícia Civil local, efetuou a prisão do operador de máquinas.

“Desde o primeiro depoimento, achamos a história contada por Naysa fraca. Então, avaliamos que a hipótese de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, não tinha consistência e começamos a trabalhar com a possibilidade de homicídio qualificado”, explicou Manhães.

O delegado ressaltou que o crime ganhou o status de passional depois que a PC soube do caso extraconjugal mantido entre Naysa e Cleidionei. Depois que a Polícia descobriu a ligação entre os dois é que a esposa confessou os detalhes da execução em depoimento gravado e disponibilizado à justiça, que serviu de base para que fosse decretada a prisão preventiva dos dois. O menor também confessou. A apreensão do adolescente foi requerida à Vara da Infância, mas ainda não houve decisão em relação ao pedido.


Naysa Nelle e Cleidionei Ferreira Dorneles foram apontados como os mandantes do assassinato de Walace

PAGAMENTO
“A morte de Walace começou a ser planejada em meados de setembro pela Naysa e o Cleidionei. Eles começaram a aliciar o adolescente a cometer o crime e ofereceram inicialmente R$ 1 mil. Só que o menor achou pouco e se chegou ao valor final de R$ 1,2 mil”, declarou.

Rodrigo revelou que o adolescente só cometeu o homicídio depois que recebeu a quantia combinada. Como Naysa e Cleidionei não tinham condições de pagar à vista pelo homicídio, só no final de outubro é que o montante de R$ 1,2 mil foi liquidado.

“Quando o valor combinado foi alcançado, eles começaram a planejar a execução. Cleidionei forneceu o revólver e a moto usada no crime. Já o papel de Naysa foi atrair Walace ao local combinado para a execução”, completou.
O delegado comentou que o combinado entre os autores foi que a esposa e Walace iriam até uma residência no bairro Bela Vista, e que de lá Naysa iria passar pela avenida numa velocidade baixa para que o menor pudesse simular o assalto.

“Eles acordaram que sairiam do bairro e Naysa passaria pela avenida, que é um local ermo e escuro. Aí, o motociclista anunciaria o assalto e ela pararia o carro, e logo em seguida sairia correndo. A situação procedeu como planejado”, ponderou o delegado.

Em seu primeiro depoimento à PC, Naysa comentou que na hora do crime dirigia a uma velocidade entre 40 e 50 quilômetros por hora. A esposa de Walace ainda disse que a vítima reagiu ao assalto, por isso houve os disparos de arma de fogo.

“Apuramos com o menor que a vítima disse que ele poderia levar o que quisesse, o que confirma que Walace não ofereceu resistência durante o assalto. O menor efetuou seis disparos contra a vítima, cinco no tórax e outro próximo à orelha”, detalhou.

Após executar o gerente, o adolescente seguiu para sua residência com a moto de Cleidionei, e só no dia seguinte devolveu o veículo. A motocicleta foi apreendida pela PC em Ouro Branco juntamente com o operador e trazida para a Delegacia de Ipatinga.

MOTIVAÇÃO
O delegado alegou que a motivação do crime seria um seguro de vida feito por Walace, tendo como beneficiária Naysa e seus dois filhos. Rodrigo disse que ainda não foi possível apurar o valor da apólice. O documento será anexado ao inquérito e encaminhado ao Poder Judiciário.

A operação de prisão de Naysa e Cleidionei foi denominada pela Polícia Civil de ‘Viúva Negra’, e contou com cooperação dos investigadores André, Jimmy, Clemente, Lages, Leonardo e Avelino, e ainda dos escrivães Luciano, Dani, Rosani e Amanda.


Rodrigo Manhães deu detalhes do crime ao lado do delegado regional Gilberto Simão de Melo e do chefe do departamento José Walter

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