Cidades

‘Saber que o outro precisa de mim é o que me motiva’

José Rosa, funcionário da Usiminas há 35 anos: exemplo de sempre ajudar os outros, sem pedir nada em troca

IPATINGA –
José Rosa Alves dos Reis é um típico morador de Ipatinga. Nascido e criado no Vale do Aço, deu início à sua carreira profissional como aprendiz na Usiminas, onde está há 35 anos. Casado, pai de três filhos e avô, sua história seria como a de qualquer outro morador se não fosse pelo caminho que ele mesmo traçou para si.

Tudo começou na infância, quando sua mãe pedia aos filhos para ajudar os vizinhos. “Cortávamos grama, capinávamos um quintal, mas a gente nunca podia cobrar. Ao final do serviço, minha mãe falava que um presentinho bem baratinho para os filhos no Natal já era suficiente.” Assim, José Rosa cresceu com o exemplo de sempre ajudar os outros, sem pedir nada em troca.

VOCAÇÃO
Como empregado da Usiminas sua vocação tomou forma. “Um antigo chefe criou um grupo para realizar trabalhos voluntários nos fins de semana. O projeto teve início na entidade Educandário Família de Nazaré (Efan), íamos para lá e fazíamos pequenos reparos, arrumávamos algum móvel. Foi muito marcante porque convivíamos com crianças vítimas de abusos e abandonadas. Naquele momento percebi que essas atitudes faziam muita diferença para pessoas que estão desamparadas.”

Então José Rosa não parou mais e começou a apoiar vários projetos que são referência em Ipatinga. “Fui conhecendo outras entidades, até que visitei o Movimento Mulher Marginalizada, projeto que acolhe usuárias de drogas. Como ficava em uma área de risco, quase ninguém queria apoiar.” Depois de conviver no local, ele e outros colegas viram que o espaço não era utilizado de forma adequada, decidiram então transformá-lo em uma creche.

Hoje o Centro Educacional Infantil Criança Feliz assiste 45 crianças, de 1 a 4 anos, em período integral, de 7h às 17h. O trabalho de José Rosa como presidente, assim como de outras pessoas da diretoria, é voluntário. “A creche tem convênio com a prefeitura de Ipatinga, que fornece alimentação e o pagamento para professores, cozinheira e serviços gerais, mas todo o resto é administrado por nós com doações”, afirma.

“O José Rosa é um exemplo. Mesmo trabalhando em turnos, arruma tempo para administrar a creche, mobilizar as pessoas e ajudar o próximo”, afirma o gerente de Manutenção da Laminação a Frio, Rodrigo Bouissou, um dos voluntários responsáveis pela creche.

DEDICAÇÃO

Além de exercer o cargo de supervisor de Manutenção da Laminação a Frio da Usina e ser presidente da creche, José Rosa também está à frente da administração de uma igreja da cidade. “Sou responsável pela obra do Santuário São Judas Tadeu, cuido do administrativo e estou à frente da reforma da Igreja. Temos como meta finalizar a obra nos próximos dois anos”, disse.

Perguntado sobre como consegue dedicar tanto tempo aos projetos sociais, José afirma: “Quando estou cansado, chego à creche e um abraço que recebo das crianças muda tudo. Isso é o que me motiva, saber que o outro precisa de mim!”

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