Cidades

Robson desiste de disputar reeleição

O prefeito Robson Gomes (PPS) afirmou que não vai para a disputa eleitoral para se dedicar exclusivamente os últimos projetos de seu mandato     (Crédito: Nadieli Sathler)

 

IPATINGA – O prefeito Robson Gomes (PPS) anunciou na tarde de ontem os motivos que o levaram a retirar seu nome da disputa eleitoral. Ele disse que vai dedicar os últimos meses de seu mandato à concretização das políticas públicas e obras que planejou para o município. “Tive mais de 73 mil [obras], e pelo meu compromisso com a população estou abrindo mão de disputar a reeleição, para me voltar para dentro do governo. Garanto que não vamos envergonhar a população, por isso vou me dedicar às ações que estão sendo desenvolvidas”, disse, mas sem avaliar que teve tempo suficiente para fazê-lo nos últimos 3 anos.
Apesar do desempenho pífio de sua administração e de inúmeras denúncias de corrupção e malversação dos recursos públicos, o prefeito tentou dar um aspecto positivo à sua gestão, enumerando os projetos feitos em seu governo na área da educação, saúde, assistência social, obras, meio ambiente, entre outros. Ele também aproveitou a entrevista para alfinetar a candidata Cecília Ferramenta (PT).
“Comparando o meu mandato com o último governo do Chico Ferramenta, de 2000 a 2004, fizemos muitas coisas pelo município. Desafio a apontarem uma obra importante que tenha sido executada pelo ex-prefeito. Todos bem sabem que ele não ficava aqui, e quem mandava era a sua mulher. Logo, ela também não fez nada enquanto esteve à frente da Prefeitura no lugar dele”, atacou.

PESSIMISMO
Com um discurso pessimista, o chefe do Executivo procurou justificar o desempenho administrativo, relembrando que enquanto prefeito interino, todas as terças e quintas-feiras, dias da semana em que o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) realiza audiências, vivia a expectativa de ter que abandonar o comando da Prefeitura. “Ipatinga teve três prefeitos nos últimos quatro anos, o que não me permitiu fazer projetos a longo prazo. Saí para disputar a eleição e os 74 mil votos que recebi nas urnas legitimou meu mandato”, argumentou.
Depois de recordar o projeto político que o tornou vitorioso nas eleições extemporâneas sem citar o nome do principal articulador de sua campanha, o deputado federal Alexandre Silveira, que na ocasião era seu correligionário no então PPS, Robson informou quais projetos vai desenvolver até o final de seu mandato.
“Vamos fazer quatro academias ao ar livre. São quase R$ 850 mil que estão na conta. Faremos a iluminação de campos de futebol para incentivar o futebol amador e ainda uma expansão no Hospital Municipal, com a construção de um novo bloco cirúrgico”, prometeu.

VITAL
Com os serviços de limpeza urbana comprometidos pela falta de pagamento à Vital e funcionários sendo demitidos, o prefeito, ao invés de apresentar uma solução para o caso, preferiu sair pela tangente ao ser questionado sobre como vai lidar com a situação.
“Com relação à Vital, nós vamos enfrentá-la de igual para igual. No município, qualquer pessoa que nasce já paga taxa de lixo. Ipatinga é a única cidade em que a taxa de lixo é cobrada pelo número de habitantes, e não por tonelada ou quantidade do lixo. Estamos questionando o contrato e este é um direito nosso”, falou.
A administração municipal alega que o aterro sanitário deveria receber apenas os detritos e lixos de Ipatinga, e não das demais cidades como ocorre há vários anos. O governo sustenta ainda a hipótese de que Ipatinga paga pelo serviço feito a outros município do Colar Metropolitano. “Nós devemos sim, e não estamos negando pagar. Vamos pagar os juros, mas não vamos dar o suor do nosso cidadão que paga seu imposto em dia”, alegou.
O prefeito garantiu que não vai haver suspensão do serviço de varrição nas ruas. A expectativa do poder público é que a Vara da Fazenda Pública conceda uma liminar, em que será permitido ao município contratar os servidores diretamente.

CRECHES E PROFESSORES
Outro ponto abordado na entrevista foi como o prefeito vai resolver os recentes impasses com os profissionais das creches e com os professores, que reivindicam pagamentos em dia e a aprovação do plano de carreira.
“Vou enfrentar com muita naturalidade e responsabilidade, para construir uma cidade boa para se viver. Não podemos, para atender a necessidade de uma categoria, inviabilizar o município. Essa irresponsabilidade não vou cometer”, disse.

PELADO
O prefeito culpou novamente a instabilidade política vivida em seus 14 meses de governo interino e a queda na arrecadação do município como os causadores dos problemas atuais da sua gestão. Ele também acusou os vereadores de dificultarem sua gestão por não aprovarem os projetos de interesse da administração municipal.
A reportagem do DIÁRIO POPULAR lembrou ao prefeito que nos últimos meses o Legislativo aprovou vários projetos de suplementações requeridos pelo Executivo e ainda o percentual de 4% para livre remanejamento do orçamento.
Ainda assim o prefeito afirmou não ter condições de trabalhar com o índice aprovado na Casa. Ao final de suas declarações, Robson Gomes prometeu andar nu pela cidade caso lhe apontassem um município brasileiro em que houvesse um percentual de remanejamento de 4%, que ele considera muito baixo.

VEREADORES
O PPS optou por não lançar uma chapa para as eleições majoritárias; com isso, o partido vai para a disputa proporcional com a indicação de 23 nomes de vereadores.

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