Policia

Resultado de investigação será apresentado na terça, afirma PC

IPATINGA – A Polícia Civil irá apresentar na próxima terça-feira (23) os resultados da investigação dos assassinatos do jornalista e radialista Rodrigo Neto e também do repórter fotográfico Walgney Carvalho. Os inquéritos estão em fase final, pedidos de prisão vêm sendo expedidos pela justiça e dois suspeitos já foram presos.

Rodrigo Neto foi morto em 8 de março, após sair de uma barraca de churrasco, na avenida Selim José de Sales, no bairro Canaã. Carvalho morreu no dia 14 de abril em um pesque e pague de Coronel Fabriciano. Os dois casos tiveram em comum o modo como se deram as duas execuções: uso de motocicleta, ataque em momentos de distração das vítimas, tiros em pontos vitais do corpo e sem chance de defesa.

A investigação dos dois casos ficou a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de Belo Horizonte. O órgão montou em Ipatinga uma força tarefa que apurou os dois casos e reabriu inquéritos de vários crimes e chacinas que aconteceram no Vale do Aço nos últimos anos. Uma série de prisões de agentes de segurança foi iniciada em 19 de abril. Até o momento, 11 policiais, entre civis e militares, foram presos. Quase todos eles tiveram suas prisões temporárias convertidas em preventivas e alguns já chegaram a ser denunciados pelo Ministério Público e responderão na justiça pelos homicídios.

TRAMA
O crime contra Rodrigo Neto está ligado a investigações que o repórter vinha fazendo por conta própria sobre o assassinato do aposentado Sebastião Ludovino de Siqueira, 66 anos, morto em 22 de fevereiro. O idoso era pai de Daniel Wattson Costa, suspeito de ter matado o policial militar Amarildo Pereira de Moura, dias antes.
Na ocasião da morte do pai, Daniel estava foragido da justiça, mas foi preso pela PM dois dias depois do assassinato do aposentado. De acordo com o boletim de ocorrência, Sebastião foi chamado em sua casa e, ao abrir a porta, foi alvejado com dois disparos.

Um dia após a morte de Sebastião, Rodrigo Neto declarou ao vivo no programa Plantão Policial, da rádio Vanguarda, que o caso do aposentado lembrava a chacina de Belo Oriente, quando familiares de um homem acusado de ter matado um policial civil na cidade foram brutalmente mortos. A participação de policias neste crime sempre foi tida como certa até mesmo por integrantes da instituição. Contudo, o inquérito não apontou nenhum envolvido.

No programa, Rodrigo Neto disse: “Eu não quero acreditar que nós estamos vivenciando o mesmo quadro, o mesmo cenário de Belo Oriente, quando mataram um detetive e, em vingança a essa morte, dizimaram uma família. Em Belo Oriente, o montador de andaime, o Juliano, matou o detetive Lhayre e fugiu. Neste período em que ele ficou foragido, numa forma de atrair o assassino do policial para que ele aparecesse, começaram a punir a família.(…) Não sabemos se foram civis ou militares. Mas sabemos que foi em retaliação ao montador de andaimes ter tirado a vida do policial. (…) E ao que tudo indica, gente, nós estamos começando a vislumbrar de forma negativa o mesmo quadro. Em se tratando da morte do Cabo Amarildo, muitas pessoas foram unânimes em afirmar: ‘Ah! Só prisão para esses caras é muito pouco’, mas nós temos que atuar dentro do que determina a lei. Ninguém tem autoridade de tirar a vida de ninguém e se caso isso ocorrer é a justiça que tem que determinar o modelo de punição. Não é o cidadão, não é um parente do cabo Amarildo ou um colega de farda dele ou de outra instituição que vai determinar isso porque aquele que mata para vingar em nada difere daquele que matou pelo mesmo motivo. Vai se tornar e se colocar na condição de criminoso da mesma forma”.

O jornalista então passou a investigar o caso e poucos dias antes da sua morte esteve em Santana do Paraíso, possivelmente colhendo informações sobre este crime.
O assassinato de Rodrigo Neto pode ter mobilizado membros das duas polícias. Dos dois presos até o momento, um é investigador da PC e outro é apontado como falso policial que transitava livremente nas delegacias de Ipatinga e Coronel Fabriciano.

O agente da Polícia Civil, Lúcio Lírio Leal, foi preso junto com Alessandro Augusto Neves há um mês. O agente teria ajudado os criminosos com informações sobre os passos de Rodrigo e Alessandro seria o homem que disparou contra o jornalista.

A apresentação dos resultados dos dois inquéritos deverá trazer a Ipatinga integrantes da alta cúpula da PC mineira, inclusive, o chefe de instituição Cylton Brandão da Matta. O encontro será na sede do Departamento da PC, no bairro Iguaçu.


Capitão da PM é preso em Belo Horizonte
BH –
O capitão da Polícia Militar Charles Clemencius Diniz Teixeira foi preso, na tarde desta sexta-feira (19), por envolvimento em um duplo homicídio ocorrido no bairro Veneza há seis anos e que vitimou o mecânico Diunismar Vital Ferreira, o “Juninho”, de 41 anos, e o instalador de máquinas José Maria, 58 anos.

O crime ocorreu na noite do dia 8 de fevereiro de 2007, em uma padaria da avenida Macapá. Diunismar estava sentado no estabelecimento quando dois homens em uma motocicleta pararam e efetuaram vários disparos. Juninho foi alvejado com quatro tiros e José Maria, que estava próximo do local, também acabou sendo baleado por um disparo. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

O crime teve motivação passional. De acordo com as investigações da Polícia, a namorada de Diunismar teria um envolvimento amoroso com o capitão da PM e o caso foi descoberto pelo mecânico, que passou a ameaçar o militar. Já José Maria não havia nenhuma ligação com os fatos, tendo sido assassinado por estar no local errado na hora errada.

O capitão Charles é lotado no Centro de Tecnologia e Telecomunicações, localizado no bairro Gameleira, em Belo Horizonte. A ordem de prisão foi expedida pela juíza Ludmila Lins Grilo, da comarca de Ipatinga, com base em investigações realizadas pela força-tarefa da Polícia Civil, criada com o intuito de elucidar uma série de crimes registrados na região, entre eles os casos que tiveram como vítimas os jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho.
O policial militar está recolhido em um batalhão da corporação, onde permanecerá à disposição da Justiça até o julgamento.

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