Cidades

Reforma administrativa na PMT viabiliza aumento para servidor

Acompanhado de outros secretários, o vice-prefeito Marcelo Afonso declarou que a Prefeitura não tem condições financeiras para aumentar o reajuste oferecido

 

TIMÓTEO – Sem condições orçamentárias de melhorar a proposta de 6,08% de reajuste feito aos servidores público, a Prefeitura de Timóteo informou na tarde de ontem (14) que vai promover mais uma reforma administrativa.
Essa é a terceira vez que o governo Sérgio Mendes (PSB) se vê obrigado a ‘cortar na carne’ para conseguir cumprir com as metas impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje, os gastos com pessoal chegam a quase 54% mais do que o limite prudencial exigido.
Para reverter essa situação e conseguir honrar com a oferta feita ao Sinsep, o vice-prefeito Marcelo Afonso anunciou que vai haver redução nos cargos comissionados de 298 para 246.
“Mantemos a proposta porque chegamos ao máximo do que podemos oferecer. Por pura incapacidade financeira não fizemos outra proposta. Mais, agora, é irresponsabilidade. Não vamos fazer o que outros governos fizeram, deram grandes reajustes, mas acabaram atrasando salários”, falou.
O projeto de lei com os cortes vai ser encaminhado ao Legislativo ainda nesta semana. Timóteo enfrenta ainda uma queda na receita. A expectativa é de que neste ano haja um déficit na arrecadação da ordem de R$ 20 milhões.
“Nós queremos e desejamos que o sindicato venha para a conversa. Em 16 meses, demos uma média de 8% de reajuste para a categoria. Isso é mais do que qualquer governo anterior deu nos últimos dez anos”, disse.
O Executivo ofereceu ao sindicato pagar o reajuste em três parcelas nos meses de abril, agosto e dezembro. A expectativa é que os dirigentes sindicais aceitem a última oferta do ente municipal.
“O período expira cuidados, sem falar que estamos em ano eleitoral. Não podemos criar dívidas para o próximo exercício. Temos ainda que respeitar os limites legais que a legislação estabelece. Existe uma série de requisitos que precisamos cumprir enquanto gestores públicos para mostrar que o município cumpre a lei”, explicou o vice-prefeito.

REAJUSTE

Hamilton Roque, procurador do município de Timóteo, informou que por ser um ano eleitoral existe um prazo legal para que o projeto de lei com o aumento dos salários dos servidores seja aprovado. A data limite é 10 de abril. Após esse período, não pode ser concedido à categoria qualquer aumento real, mas apenas as perdas inflacionárias.
“Esse é um ano atípico e ainda não podemos fazer incremento que ultrapasse o limite de ordem pública. Esperamos que haja uma definição até o final do mês, quando orientamos o prefeito a sancionar a lei do reajuste, para não corrermos o risco de o Ministério Público pedir a anulação do aumento, como ocorreu em 2008”, lembrou o advogado.

MOTIVAÇÃO POLÍTICA
Sobre os rumores de greve no funcionalismo público de Timóteo, o vice-prefeito Marcelo Afonso declarou que a atitude do sindicato é política, tendo em vista a filiação partidária de seus dirigentes.
“O fato de estarmos em ano eleitoral tem motivado parte das ações do sindicato e de atores políticos da cidade, capitaneados por discurso fácil de ataques sem fundamento. A Administração vê com muita tristeza a posição do sindicato. Eles receberam o melhor tratamento que uma entidade de classe poderia ter”, defendeu.

SERVIDOR

Para o oficial administrativo Walcemar Pereira Dias, a oferta da Prefeitura atende à categoria, uma vez que no ano passado o aumento dado foi de 10%, que terminam de ser pagos neste mês. Ele trabalha na administração há quase 30 anos.
“O sindicato pediu 23%, e conseguiu chegar a 6,08%. Acho que foi um avanço satisfatório. Agora vem dizer que não aceita a oferta… É uma incoerência. Fizeram um acordo mal feito no ano passado e isso comprometeu para a Prefeitura dar um aumento maior”, falou.


Walcemar Pereira: “Fizeram um acordo mal feito
no ano passado e isso comprometeu a Prefeitura
dar um aumento maior neste ano”

 

Sinsep protocola aviso de greve
Timóteo
Os servidores públicos de Timóteo ainda não votaram em assembleia a proposta feita pelo governo Sérgio Mendes (PSB). De acordo com o presidente do Sinsep, Israel Passos, após a paralisação de 24 horas, a categoria decidiu fazer uma contraproposta à Prefeitura.
Eles aceitam os 6,08% de reajuste desde que o percentual seja pago integralmente em maio. O escalonamento proposta foi rechaçado pelos trabalhadores. Na próxima segunda-feira (19), os funcionários têm uma nova assembleia no sindicato.
“A proposta não foi colocada em votação. Surgiu uma proposta alternativa na assembleia, segunda (12). Fizemos a paralisação de advertência e não tivemos nenhum retorno da Prefeitura”, alegou.
O comunicado de greve da categoria foi protocolado às 13hs de quarta-feira. Israel afirmou que se até segunda nada avançar os servidores vão parar os serviços.
Ao ser questionado se sabia do atual comprometimento da folha de pagamento da Prefeitura de Timóteo, o dirigente sindical se limitou a dizer que “isso era conversa fiada e desculpa esfarradada”, e que, para pagar os servidores, o governo tinha que demitir os funcionários contratados via processo seletivo.

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com