Cultura

Qualquer caminho serve?

“O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?

Isso depende muito de para onde você quer ir, respondeu o Gato.

Não me importo muito para onde, retrucou Alice.

Então não importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.”

(Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll)

Quando se trata de guiar a nação, já fazem alguns anos que o governo brasileiro tem demonstrado que não está sabendo qual caminho seguir e, de tempos em tempos, a situação chega a pontos críticos.

Mais uma vez, agora por conta do coronavirus, chegamos em uma situação onde o governo se vê encurralado, sem saber direito quais ações tomar, e quais caminhos seguir.

Mas, e a população brasileira? Será que ela sabe que passos dar, que decisões tomar, que caminho seguir para sair do estado no qual nos encontramos? Infelizmente, ao olhar para a situação que se instaurou e as consequências da mesma, a resposta é “não”. Em seus atos, palavras, e ações, a maioria do povo brasileiro tem demonstrado não ter a mínima ideia do que fazer, de maneira que cada um luta por seus próprios interesses.

Estamos passando pelo mesmo drama da personagem Alice, no livro de Lewis Carroll: desejamos e ansiamos sair do lugar e da situação em que estamos, mas não fazemos a mínima ideia de para onde ir, ou o que fazer.

Em seu diálogo com o Gato de Cheshire – também conhecido como “O Gato Que Ri” –, Alice demonstra seu desejo de sair do lugar em que ela se encontrava, não importando para onde quer que ela fosse. O Gato a responde que, se ela não se importava com o destino, qualquer caminho serviria. O filósofo Mario Sérgio Cortella, em uma reflexão comentando essa passagem do livro de Lewis Carroll, reformula a resposta do Gato na seguinte frase: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.

Será mesmo que, na situação em que nosso país se encontra, qualquer caminho nos serve? Qualquer “solução” é válida?

Precisamos parar e pensar profundamente em qual caminho queremos seguir, qual solução devemos adotar, e tentar encontrar uma saída que seja a melhor para toda a população brasileira.

Enquanto não entendermos que o que está em jogo é o destino de todos nós, continuaremos nessa “síndrome de Alice”, pensando que qualquer caminho nos serve, que qualquer solução, por mais louca que seja, é aceitável.

 (*) Wanderson R. Monteiro é bacharel em Teologia pelo ICP – Instituto Cristão de Pesquisas.

(São Sebastião do Anta – MG)

dudu.slimpac2017@hotmail.com

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