Policia

Prisão temporária de suspeitos de matarem jornalista vence na sexta

IPATINGA – Vence na próxima sexta-feira (16) o prazo das prisões temporárias dos dois homens apontados pela Polícia Civil como sendo os assassinos do jornalista Rodrigo Neto, morto a tiros em 8 de março deste ano, no bairro Canaã. Alessandro Augusto Neves e o policial civil Lúcio Lírio Leal ainda não tiveram suas prisões preventivas decretadas, pedido que deverá ser feito ainda hoje (13), segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Caso não ocorra a conversão, as detenções poderão se tornar ilegais perante a Justiça e os suspeitos, soltos.

Os dois suspeitos foram presos em junho passado de forma cautelar, por 30 dias. A prisão temporária, que venceria em meados de julho, foi prorrogada por mais 30 dias e os dois permanecem encarcerados. Lúcio está preso na Casa de Custódia do Policial Civil, em Belo Horizonte, local que abriga infratores pertencentes à instituição. Já Alessandro foi encaminhado à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. O homem chegou a ficar no Ceresp de Ipatinga, mas foi transferido porque mantinha boas relações com agentes de segurança da cidade.

EXECUÇÃO

Segundo as investigações do DHPP, Lúcio e Alessandro participaram ativamente da execução de Rodrigo Neto. Pitote, inclusive, seria o homem que puxou o gatilho cinco vezes contra o jornalista. De acordo com o inquérito, ele estaria de carona em uma motocicleta, mas a polícia ainda não tem certeza se era Lúcio quem conduzia o veículo. Momentos antes do crime, o policial civil circulou várias vezes em seu carro pela avenida Selim José de Sales, local onde o repórter foi morto, e efetuou diversas ligações telefônicas para Pitote. No momento exato do crime, porém, não foi visto.

CARVALHO
As informações foram concedidas pela Polícia Civil, em coletiva de imprensa realizada no dia 23 de julho, em Ipatinga. Na ocasião, também foram esclarecidas as questões do caso do repórter fotográfico Walgney Carvalho, morto a tiros em 14 de abril.
Por este crime, Pitote também foi apontado como o executor e o motivo seria queima de arquivo – após Rodrigo Neto ser assassinado, Carvalho vinha afirmando publicamente que sabia quem havia matado o jornalista.

MESMA ARMA

Segundo as investigações, a arma utilizada nos dois casos teria sido a mesma. Esta foi a prova principal para apontar Pitote como o autor do homicídio. Um laudo balístico elaborado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil analisou os projéteis recuperados no corpo de Rodrigo Neto com os projéteis recuperados no corpo de Carvalho e constatou que eles saíram da mesma arma de fogo.

Alessandro foi preso em sua casa, no dia 11 de junho e contra ele também pesava um mandado de prisão referente a uma tentativa de homicídio ocorrida no município de Vargem Alegre no ano passado. No momento da abordagem, Pitote portava uma pistola calibre 380 e carteira falsa de policial civil, o que o levou a ser preso também por porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso.

BLINDADO
Antes de ser apontado como o principal suspeito pelas mortes dos dois jornalistas, Pitote já era bastante conhecido no meio policial. Ele atuava como falso investigador e circulava livremente em delegacias das cidades de Coronel Fabriciano e Ipatinga. Tinha vários amigos na instituição, chegava ao extremo de participar de operações e se auto intitulava como “blindado”.

De acordo com o chefe do DHPP, delegado Wagner Pinto, o pedido de conversão das prisões de Lúcio e Alessandro em preventiva pela morte de Rodrigo Neto deverá ser encaminhado hoje ao Judiciário ipatinguense para que seja analisado antes do feriado de 15 de agosto.

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