Cultura

Precisamos combater as regalias dos políticos

(*) Walber Gonçalves

Nem sempre é fácil encontrar uma solução que resolva nossos problemas, ou pelo menos boa parte deles. Quando se trata dos desafios de uma nação das dimensões do nosso Brasil, as dificuldades se tornam ainda maiores. Mas é preciso combater o bom combate e no mínimo tentar buscar um desfecho que seja satisfatório para o equilíbrio de uma sociedade, em que impere a justiça e a dignidade humana.

Mas para isto acontecer, o que poderia ser feito? Sinceramente, penso que os nossos políticos poderiam e teriam como colaborar de forma decisiva. Basta apenas abrirem mão dos seus privilégios horrendos.

Imaginemos que durante uns vinte anos todos os privilégios, que são na sua maioria desnecessários, a não ser para a manutenção do próprio mandato, fossem restringidos. Qual seria a economia proveniente deste corte? Provavelmente seria o suficiente para equilibrar as contas do país.

Um país que se diz sério, mas que está mergulhado em uma profunda crise social que já dura décadas, que é o nosso caso, não pode conviver com tamanho disparate. É muito dinheiro jogado fora e gasto desnecessariamente. Quanto se gasta com o Congresso Nacional, com as assembleias estaduais e as câmaras municipais? Com o poder executivo nos três níveis?

Gasta-se com correspondências e publicações inúteis; com assessores que na verdade se tornam cabos eleitorais pagos com recurso público; verbas de gabinete; salários de parlamentares que não condizem com a realidade do país; compra-se carros caros para serviços corriqueiros do cotidiano do serviço público; auxílios dos mais diversos tipos, tais como: verba palito, alimentação, moradia, transporte; enfim, são tantas coisas e formas, que confesso que nem devo ter conhecimento de todas. Tudo isto é claro, sem mencionar a maldita corrupção.

Precisamos urgentemente de uma reforma dos gastos dos políticos. Já passou da hora de uma verdadeira enxugada na máquina pública. Da política estar a serviço da nação e não o contrário.

Se isso acontecesse não seria preciso sacrificar ainda mais o trabalhador brasileiro, o cidadão que paga impostos e o vê sendo repartido através das regalias governamentais presente na estrutura política.

Sei que é uma grande utopia pensar assim, uma medida simplista demais, mas tenho plena convicção que se ela fosse executada muita coisa mudaria no nosso país, tomaríamos um novo rumo.

Na atual conjuntura social em que vivemos se há uma classe que deveria se sacrificar, se é que podemos chamar de sacrifício, pelo nosso país é a classe política. Pois são eles os responsáveis direito pelo nosso secular caos ao gastarem mal nossas riquezas.Durante anos só pensaram em si mesmos, mesmo dizendo o contrário, criaram e mantiveram esta ciranda do favorecimento da própria classe em detrimento do desenvolvimento social, que na verdade deveria ser o norte da sua finalidade.

(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.

prof.walber@hotmail.com

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