Cidades

População aprova governos da Região Metropolitana do Vale do Aço

IPATINGA – A população aprova de forma positiva os 100 dias de administração dos novos quatro prefeitos e prefeitas dos municípios que compõem a Região Metropolitana do Vale do Aço – RMVA. É o que revela a primeira rodada de pesquisa realizada pela Tabulare Inteligência. De acordo o estudo feito por amostragem, o governo mais bem avaliado é o de Timóteo, que tem como prefeito Keisson Drumond (PT). Lá, 76,4% consideram a atual administração positiva – que reúne os conceitos ótimo e bom. A média de avaliação positiva em toda a RMVA é de 70,5%. Já 29,5% avaliam os governos petistas na região de forma negativa, ou seja ruim e péssimo. Na metodologia da pesquisa o conceito regular foi desconsiderado.

Em Timóteo, o resultado é ainda mais positivo entre as mulheres – 78%. Por faixa etária, o melhor desempenho do governo de Keisson Drumond está entre o grupo de 30 a 39 anos, cuja aprovação é de 83%.
Tecnicamente, dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais, as administrações das petistas Cecília Ferramenta, de Ipatinga e Rosângela Mendes, de Coronel Fabriciano, apresentam a mesma taxa de aprovação.
Enquanto o governo Ipatinga tem avaliação favorável de 72,5%, o de Coronel Fabriciano é de 72,2%.

Segundo a pesquisa, em Coronel Fabriciano a avaliação é uniforme entre homens e mulheres. Em Ipatinga, a avaliação é mais elogiada entre os homens – 77,3%. Já por idade, a melhor performance governo de Ipatinga está entre as pessoas acima de 40 anos – média de 78,5%.
Apesar ter uma gestão aprovada pela população, o prefeito de Santana do Paraíso, Antônio Afonso Duarte, o Zizinho (PT), registrou um índice inferior à média regional – 59,4%. As mulheres são as que mais aprovam o atual governo de Zizinho – 64% e por faixa etária, as pessoas de 30 a 39 anos – 64%.

COMPARAÇÕES
Na ‘Pesquisa 100 dias de governo” que pode ser acessada no site www.tabulare.com.br, o instituto também comparou as administrações atuais com as anteriores. Para 56,5% da população de Timóteo, o governo atual é melhor que o do ex-prefeito Sérgio Mendes (PSB), enquanto 31,3% considera igual e apenas 12,2% pior.
Em Coronel Fabriciano 29,6% reconhecem que Rosângela Mendes é melhor que seu antecessor Chico Simões, também do PT. 10,8% entendem que o governo dela é pior e 59,6% igual a do ex-prefeito.

Já em relação a Ipatinga apenas 8% avaliam o governo de Cecília Ferramenta como mais negativo que o de Robson Gomes (PPS). 59,1% consideram o governo da petista melhor e para 32,9% igual. Em Santana do Paraíso, 28,3% apontam a administração de Zizinho como melhor do que a de Joaquim Correa, o Kim (PT). 33,5% disseram que é pior e 38,2% igual. Ao grupo de pessoas que considera avanços nas administrações, foi feita uma nova pergunta: “O que mais melhorou?” As respostas espontâneas, basicamente, se limitaram às áreas de saúde, ensino público e limpeza pública. Na RMVA, 41,5% opinaram que a limpeza pública foi que registrou melhoria.

No cruzamento dos dados, constatou-se que no município de Timóteo, para 38,1% a área que mais melhorou foi a limpeza pública, seguida de saúde – 18% e sistema de ensino – 5%. Outros 3% entendem que é a governabilidade de maneira em geral.
Questionados, 32,4% dos fabricianenses também afirmam que a limpeza pública melhorou a partir da mudança de prefeito. Já 21,1% já consideram a saúde pública e 12,7% o ensino público. 4,2% disseram que foram as condições das vias públicas.

De cada dez ipatinguenses, sete reconhecem que o serviço de limpeza pública foi o que mais melhorou a partir de 1º de janeiro de 2013. Ou seja, 70,6% dos entrevistados. Apenas 11,7% disseram saúde e outros 8,6% o ensino.
Na questão sobre o que mais melhorou, curiosamente, os dados são divergentes em Santana do Paraíso, comparando-se aos outros três municípios da RMVA. Lá, segundo a pesquisa, o que mais melhorou foi o ensino público (36,7%) – e não a limpeza, que aparece em segundo lugar com 25%, seguida da saúde pública – 20%.


Saúde pública continua sendo principal problema das cidades
Apesar das administrações apresentarem avaliações positivas nos primeiros 100 dias de gestões, os municípios apresentam os gargalos de sempre. A saúde pública continua sendo o maior deles. Na média geral 56% apontam o item como maior desafio dos novos prefeitos. A saúde pública é questionada principalmente no município de Ipatinga. 64,5% dos ipatinguenses acima de 16 anos, ou seja, mais de 100 mil pessoas, apontam a saúde pública como o maior problema da cidade, seguido de segurança pública e ensino público – ambos com 9,8% de reclamações.

Na cidade de Santana do Paraíso, o serviço de limpeza pública é levantando como o segundo maior problema – 13,2%, antecedido por saúde pública – 45,8%. Para 10,8% dos moradores de Santana do Paraíso os maiores problemas de lá são condições das vias públicas (estradas). Outros 9% sugerem a segurança pública. Mesmo com o hospital São Camilo em funcionamento, a população de Coronel Fabriciano continua criticando sistema de saúde pública. Quase 60% dos entrevistados citaram a saúde como o grande gargalo da cidade, seguido de segurança pública – 7,9%; limpeza pública – 5,8%; vias públicas – 5,4%; rede de esgoto – 3,8%.

Praticamente a metade da população de Timóteo aponta a saúde pública como o maior problema, enquanto para 8,5% é a questão da limpeza pública. Já as condições das vias públicas seguem em terceiro lugar com 6,1%, seguidas de segurança pública – 5,3% e desemprego – 3,3%.

Coordenador recomenda cautela na leitura dos dados
Na análise do coordenador da ‘Pesquisa 100 dias de governo’, Edmílson Firmino de Souza, diretor da Tabulare Inteligência, uma avaliação positiva nos primeiros meses de governabilidade não pode ser comemorada com euforia, uma vez que o eleitor tem a tendência de “dar prazo aos novos prefeitos” para mostrar serviço. “Costumo dizer que o eleitor é muito sábio e justo na hora de avaliar uma administração pública. Seus critérios são muito definidos, assim como ele costuma levar em conta o tempo para tomada de medidas”, analisa Firmino, acrescentando ainda que sempre há uma expectativa otimista do eleitorado em relação a cada nova administração.

Além de recomendar cautela na análise dos dados, o diretor da Tabulare sinaliza que os gestores públicos não podem ter “um olhar cético” quanto aos problemas elencados na pesquisa. “Não podemos negar que a avaliação dos governos é altamente positiva, mas ao mesmo tempo constatamos que existe uma continuidade de problemas crônicos nos quatro universos do estudo”, alerta.

O pesquisador reconhece o pouco tempo para resolver todos os gargalos, mas critica a ausência de planejamento dos gestores públicos municipais, principalmente em relação ao sistema público de saúde. “A partir da eleição já se passaram mais de 150 dias. Um tempo razoável para colocar em prática o plano de ações”, salienta.

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