Cidades

Polícias Civil e Militar sustentam integração para coibir violência

(Crédito: Renato Cobucci / Imprensa MG)

BH – O comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Márcio Sant’Ana, e o chefe da Polícia Civil do Estado, delegado Cylton Brandão da Matta, falaram sobre a atuação conjunta das corporações para prevenir e investigar os atos de violência durante as manifestações na capital mineira. Segundo as forças de segurança, os atos de vandalismo como depredação, agressão e saques são considerados inaceitáveis e já estão sendo desenvolvidas ações para garantir a segurança dos cidadãos durante os protestos.

De acordo com o delegado Cylton Brandão da Matta, as depredações serão apuradas “com extremo rigor”. Durante as agressões ocorridas na manifestação deste sábado (22), 32 pessoas foram conduzidas – a maioria por provocar danos contra o patrimônio. “Todos serão responsabilizados”, destacou.

AGRESSÕES
Oito manifestantes e seis policiais militares ficaram feridos, um deles integrante da Força Nacional. Um animal do Regimento da Cavalaria Alferes Tiradentes também se feriu. O comandante da PMMG, coronel Sant’Ana, lamentou os ataques deste sábado, que começaram por volta das 16h, nas proximidades da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região da Pampulha, e se estenderam pela Avenida Antônio Carlos e na Praça Sete.

“Os militares ficaram por, aproximadamente, 40 minutos sofrendo as agressões dos vândalos sem esboçar reação. Sua intenção era que os manifestantes não rompessem a linha de contenção”, ressaltou Sant’Ana, explicando que, neste sábado, a corporação fez uso de escudos, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e balas de borracha, além da cavalaria e de colocar nas ruas, pela primeira vez, o veículo blindado a fim de conter atos de vandalismo e os artefatos lançados pelos baderneiros. Bombas artesanais, pedras, bolas de gude e atiradeiras foram alguns dos objetos atirados contra os agentes de segurança. “A PM não recuou, nem avançou. A PM reagiu e não permitiu a invasão do perímetro”, disse o comandante.

ORIENTAÇÕES

O coronel Sant’Ana salientou que antes de os manifestantes saírem da Praça Sete, no início da tarde, a Polícia Militar distribuiu cerca de 20 mil panfletos com orientações de prevenção para que a manifestação ocorresse de forma pacífica, mas que a atitude de alguns grupos “foi violenta”. Segundo o oficial, muitas pessoas se manifestaram contra os atos de vandalismo. Durante a entrevista deste domingo, o oficial lamentou, ainda, a mobilidade no trânsito, que ficou prejudicada, e as cenas de depredação registradas. De acordo com o comandante, o confronto foi negativo, contrário às intenções da PM, mas era preciso “dispersar a turba enfurecida, que não deixou alternativa para a Polícia Militar”, afirmou.

Novo cenário é previsto para 4ª

Em relação ao jogo de quarta-feira (26), o coronel Sant’Ana reconheceu, durante a entrevista, que será um desafio para a corporação, mas afirmou que as forças de defesa do Estado vão continuar fazendo seu papel. “Teremos um cenário diferente, com um público maior, em função do jogo da Seleção Brasileira no Mineirão. Nossa estratégia será analisada para podermos garantir a segurança, dando toda a proteção necessária para que tudo transcorra de forma tranquila. As táticas bem sucedidas serão ratificadas e aquelas que merecem ser reparadas sofrerão adaptações. Muda o cenário, mudam as circunstâncias e a PM também tem que mudar sua estratégia”, destacou.

O comandante enalteceu a competência e a bravura dos militares empenhados no policiamento e no Batalhão da Copa, além dos integrantes da Força Nacional. Ainda em relação à estratégia de quarta-feira (26), o oficial afirmou que as ações sobre os vândalos serão mais contundentes. O comandante sugere à população que se manifeste de forma pacífica e tranquila, que faça e compartilhe fotos e registre sua indignação, mas que não se submeta a riscos desnecessários.

Polícia prende rapaz acusado de vandalismo
BH –
A Polícia Civil divulgou ontem imagens de um dos vândalos em ação no centro de Belo Horizonte, na noite de sábado (22), quase duas horas após o final do jogo entre México e Japão, no Mineirão. Neylor Lúcio dos Santos, de 19 anos, foi preso pela equipe do 1º Departamento de Polícia Civil pouco depois de apedrejar uma agência do Banco Itaú na avenida Afonso Pena. As imagens de Neylor Lúcio dos Santos em ação foram captadas pelo circuito interno de televisão da agência bancária. As outras fotos dele foram feitas na delegacia, logo após a sua detenção.

Neylor Lúcio dos Santos foi autuado por danos contra o patrimônio, crime que, de acordo com a legislação, não mantém o autor preso, por ser de menor potencial ofensivo. O infrator foi liberado no mesmo sábado, após prestar depoimento, assim como outras pessoas detidas pelo mesmo motivo naquela noite, durante as manifestações populares. O caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal, que dará andamento ao inquérito aberto contra Neylor Lúcio dos Santos e os outros 31 vândalos flagrados no sábado cometendo danos contra o patrimônio.

O chefe do Primeiro Departamento da Polícia Civil, delegado Anderson Alcântara, informa que, mesmo liberado, Neylor Lúcio dos Santos continua sendo investigado porque é suspeito de integrar um dos grupos que estão se aproveitando das manifestações populares para realizar vandalismo e roubos em Belo Horizonte.

O caso do vândalo Neylor Lúcio dos Santos é similar ao de Cláudio Roberto Borges de Souza, que foi preso em Brasília depois de ter sido identificado por fotografias como um dos vândalos que depredaram o Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores. Como Neylor dos Santos, Cláudio de Souza também tentou negar a participação nos atos de vandalismo e somente admitiu seu envolvimento após ser confrontado com as fotografias que o mostravam em ação. Diferentemente de Neylor dos Santos, Cláudio de Souza permaneceu preso em Brasília porque desrespeitou prisão domiciliar ao participar da depredação e tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty.

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